Se vivo, Joey Ramone faria 70 anos hoje – Por Marcelo Guido

Photo : Richard E. Aaron/Redferns – Revista Rolling Stones

Por Marcelo Guido

O que seria de um mundo sem ele, com certeza um mundo menos contestador , um rock ameno e sem diretrizes, algo nefastamente dominado pelo progressivo, com seus solos intermináveis e seus músicos com gabarito.

Joey Ramone, com seus amigos todos desajustados, conseguiram com letras banais, sobre o dia-a-dia tocar e revolucionar todo um universo, Joey Ramone salvou o rock de ser chato, de ser exclusivo , erudito. Joey Ramone tornou o rock popular.

Fotos: site oficial de Joey Ramone (https://www.joeyramone.com/)

O faça você mesmo, foi o lema máximo do punk. O punk rock nunca foi pensado, discutido ele foi realizado por caras como Joey.

Joey, que tinha tudo para passar em branco por esse mundo, ele veio e deixou sua marca.

Jeffrey Ross Hyman, deixou uma vida onde as dificuldades em fazer amizades, as doenças que lhe foram dadas e o anonimato que são condenados os que não se enquadram ao sistema sofrem. Criou um mundo próprio, onde todos eram iguais e sem mazelas, um mundo punk.

Johnny Ramone, Tommy Ramone, Joey Ramone and Dee Dee Ramone perform at CBGB’s in New York in the 1970s. – Photo : Roberta Bayley (Revista Rolling Stones).

Joey era um anti-herói, com um íman para os fãs, era o mesmo no palco do CBGB , com quinhentas testemunhas , do que no Olimpia em São Paulo para mais de 20 mil.

A energia, a vontade e o respeito eram os mesmos.

Antes de tudo foi um cara que nunca se rendeu, nunca se rebaixou a nenhum sistema. Não aceitou o que lhe foi dado e deu um soco na cara da mesmice.

Falou sobre o prazer de se cheirar cola, sobre espancar alguém com um taco, sobre corações venenosos.

Pediu para não ser enterrado no maldito cemitério, ele não quer viver outra vez, ainda deu tempo de achar o mundo maravilhoso e ainda nos disse para não nos preocuparmos com ele.

Revolucionou um estilo musical, mudou o mundo e está presente até hoje na vida de muitos, como este que escreve.

Jornalista Marcelo Guido com sua camisa em homangem a Joey Ramone e sua tatuagem da banda Ramones – Fotos: Bianca Lobato.

Pra quem ficou, só restou as desesperanças de um mundo sem ele.

Mas ele permanecerá vivo enquanto viver a sua obra.

Joey Ramone
19 de maio de 1951
Pela Eternidade.

Foto: site oficial de Joey Ramone (https://www.joeyramone.com/)

*Marcelo Guido é Punk e Jornalista. Marido da Bia, Pai da Lanna e do Bento. Fã dos Ramones.

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