Sempre lamento a decepção alheia


Sem nenhum tipo de demagogia, digo a vocês: a decepção alheia me afeta. Vou explicar, sou um cara passional, característica que vive em atrito com minha inteligência (sim, me acho meio inteligente). Quando gosto de alguém, sejam familiares ou amigos, involuntariamente, tomo as dores da pessoa querida. 

Podem me chamar de ciumento, desconfiado, estranho, maldoso, mas de sujeira não. Sei que cada caso é um caso, cada relacionamento é um relacionamento. Sei também que não deveria julgar, afinal, não tenho nada com isso. Na verdade, não dou pitaco, mas traição é sempre um assunto delicado. Não meto minha colher, pois fiz isso no passado e sai como o vilão da história. Mas que é decepcionante, ah isso é.

O dramaturgo, jornalista e cronista, Nelson Rodrigues, dizia: “se a traição aconteceu é porque alguma coisa estava errada, ausência de desejo, carência, superficialidade, e afins, não há ser humano que aguente, inclusive as mulheres”.

Essa galera, metida a moderninha e sabichona, detém o dom de sifudê na vida. Vão desperdiçando as oportunidades sistematicamente, seguindo o ledo engano de que a sorte nunca lhe faltará.  Como li certa vez: “essas figuras possuem síndrome de Gabriela: ‘eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim’…”. Ahan, então tá. 

Como todos sabemos, há pessoas que não lidam bem com a verdade e sempre há os dois lados da história. Mas é preciso assumir os erros, sem maquiar a realidade. O pior mesmo é depois aturar as simuladas lágrimas de crocodilo de quem produziu a cagada. Se for o caso, claro. 

Ainda existem aqueles que soltam fogos com a desgraça alheia. Eu só lamento e sinto pena. Será mais um casal de amigos que “partiram por outros assuntos, mas no meu canto estarão sempre juntos”, como cantou Milton Nascimento na música Paula e Bebeto. 

Elton Tavares

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