Sesc Amapá apresenta o espetáculo Nonada nos dias 19 e 20 de maio

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A premiada Companhia do Feijão, de São Paulo, desembarcará em Macapá para uma série de atividades no mês de maio. No projeto, o grupo apresentará no Sesc Amapá dias 19 e 20 (quinta e sexta), a partir das 20h, com entrada gratuita, uma das principais montagens de seu repertório, “Nonada”, espetáculo escrito e dirigido por Pedro Pires e Zernesto Pessoa, que em 2016 completa seu 10º aniversário.

Além das sessões do espetáculo, o grupo realizará ainda encontros e bate-papos com o público (em que darão detalhes do processo teatral) e integração com artistas locais, que poderão conhecer o histórico artístico da Companhia do Feijão, que este ano completa 18 anos de trajetória.

É importante ressaltar que todas as sessões de “Nonada” contarão com recursos específicos de acessibilidade – legendagem e audiodescrição – transmitidos pelo aplicativo WhatsCine diretamente a smarthphones e tablets. Serão disponibilizados até cinco tablets caso o espectador com deficiência não esteja portando um aparelho ou um smartphone.

Nonada – Fora de um tempo ou lugar, “Nonada” – que traz no elenco os atores Fernanda Haucke, Fernanda Rapisarda, Flávio Pires, Guto Togniazzolo, Pedro Pires e Vera Lamy – conta como o dono de uma espécie de circo do mundo dos mortos manipula um personagem desmemoriado, levando-o a descobrir sua trágica origem. A revelação surge de um perverso jogo de gato e rato por uma labiríntica trajetória de encontros com personagens de grandes escritores brasileiros de épocas diversas, como Machado de Assis e Mário de Andrade. Concebido a partir das “memórias” destes personagens, o espetáculo simboliza o processo de “modernização conservadora” que gerou a difusa identidade brasileira.

Pesquisa – “Nonada” estreou em 2006 e é resultante da pesquisa “Um lugar chamado Brasil – sua história a partir das almas de suas personagens”. A partir das metodologias básicas da Companhia do Feijão para o treinamento do ator e a composição do espetáculo – a criação em processo – foram realizados estudos cênicos de obras e autores literários representativos de quatro períodos históricos brasileiros.

A escolha das obras literárias de cada período histórico teve como base a presença de personagens com a alma marcada pelo momento histórico em que viveram e pela dinâmica social então vigente. Alma marcada: a expressão evoca as impossibilidades de realização pessoal, de sonhos e vontades, ou sua ausência, como uma característica desta alma. Uma marca pelo avesso.

Os atores realizaram experiências com vários personagens e, como contraponto, como campo de observação, foram buscar em suas próprias experiências de vida, em suas almas, o paralelo histórico entre almas antigas e contemporâneas. Durante estes estudos a Companhia buscou idiossincrasias, semelhanças e antagonismos presentes na condição de “ser brasileiro”, a partir do olhar de escritores que se mostraram bons observadores das realidades de suas épocas.

A literatura é tomada pelo grupo como o principal meio de conhecimento da história do Brasil, como o órgão epistemológico por excelência da cultura brasileira. Ou, utilizando uma expressão de Roberto Schwarz, a literatura como espelho de nossas “ideias fora do lugar”, do eterno descompasso de nossas “modernizações conservadoras”.

Fonte: Diário do Amapá

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