Setap apresenta números das perdas e defende reajuste tarifário

Os constantes reajustes no óleo diesel e a reposição das perdas salariais dos trabalhadores rodoviários foram alguns dos itens que mais pesaram no cálculo para o pedido de realinhamento da tarifa de ônibus em Macapá, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros.

Somente nos últimos cinco meses, foram três reajustes do diesel. Em 2015, ano do último reajuste tarifário, o diesel subiu quase 15%, sem que esse percentual tivesse sido repassado a planilha de custos. Em 2016, o reajuste foi de quase 20%.

Esses índices elevaram a inflação pois entre os itens que mais contribuem para o crescimento inflacionário estão os combustíveis, isto porque, além do próprio preço do produto, os valores mais altos interferem nos custos de outros serviços, dentre eles, transportes de cargas e tarifas de transportes coletivos urbanos, metropolitanos e rodoviários.

Em relação ao reajuste dos rodoviários, nos dois últimos anos, os trabalhadores tiveram ganhos reais acima dos 20%. Mesmo com a crise econômica, nos últimos três anos, a categoria tem recebido reajustes acima da inflação e este ano somente no salário base foram 6,5% além de aumento do auxilio alimentação e auxilio saúde, contabilizando ganhos que ultrapassam 10% no salário.

De acordo com o sociólogo Renivaldo Costa, as manifestações contra o reajuste tarifário são legitimas mas a necessidade de atualizar a tarifa é apenas consequência de outros fatores econômicos para a qual muitos segmentos sociais ficaram inertes, principalmente o aumento no preço dos insumos. “Não me recordo de termos uma manifestação ou boicote a cada anúncio de aumento do diesel. O diesel S-10, usado nos Õnibus, aumentou 8 vezes nos últimos dois anos, os salários tiveram dois reajustes e a tarifa está congelada há dois anos”, explica.

Outro ponto apontado é transporte individual representa 79% dos custos da mobilidade nas maiores cidades do país, segundo pesquisa da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). Enquanto o transporte individual responde por 31% das viagens, recebe três vezes mais recursos públicos do que os meios coletivos. A falta de prioridade aos meios coletivos acaba penalizando os usuários.

Mesmo com a possibilidade de reajuste para R$ 3,25, a tarifa de ônibus de Macapá ainda ficará entre as mais baratas dentre as 27 capitais brasileiras. Macapá e Aracaju são as duas únicas capitais que não tiveram reajuste desde 2015. Das 27, 15 já reajustaram suas tarifas desde janeiro de 2017 e outras 10 fizeram realinhamento no segundo semestre do ano passado.

De acordo com informações da Prefeitura de Macapá, a capital foi a que mais recebeu proporcionalmente investimentos nos últimos 4 anos. A frota, que era de R$ 156 veículos, passou para 202. Houve, ainda, o cumprimento da Lei de Acessibilidade e a média de idade dos veículos é de 3,54, a mais baixa de todo o Brasil.

Assessoria de comunicação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *