Olhem, meus caros. Vamos combinar o seguinte: sim, esta é a Copa das Copas, entenderam?
Não pensem que a Copa das Copas tem aquele sentido que lhe pretende atribuir o proselitismo político, para não dizer o proselitismo político-partidário-eleitoral. Ou eleitoreiro, se quiserem. Não é isso, não.
A Copa das Copas que aqui se festeja não é a Copa dos atrasos, de estádios dependendo de liberação horas antes da partida, de dinheiro público correndo solto para financiar obras que deveriam ser bancadas por financiamentos privados.
A Copa que aqui se festeja não é a Copa do deboche, de aeroportos com puxadinhos, de obras de infraestrutura inconclusas, de legados inexistentes. Essa Copa, qualificada acima, é a Copa das Copas do vexame.
A Copa dos Copas que o pessoal festeja é a dos jogaços, como os que temos visto. É a Copa de gols. Muitos gols. É a Copa de resultados surpreendentes. É a Copa em que gigantes viram anões e anões viram gigantes, fazendo jus à imprevisibilidade do futebol.
Vocês aí, que acompanham as últimas dez ou 12 Copas, digam só. De 1970 pra cá, quando vocês já viram uma campeã mundial como a Espanha levar uma goleada e ser despachada nos dois primeiros jogos da fase de grupos?
Quando vocês já viram uma seleção como a de Costa Rica, tida como azarão do tal grupo da morte, exibir uma aula de futebol, derrotar duas campeãs do mundo e ainda desclassificar uma terceira, a Inglaterra, também na segunda rodada da fase de grupos?
Quando vocês já viram uma Copa com tantas viradas surpreendentes, inesperadas e emocionantes? Quando vocês já viram uma Copa com média de público de 50 mil pessoas comparecendo aos estádios?
Sim, esta é a Copa das Copas.
É a Copa das Copas dos vexames fora dos estádios.
É a Copa dos Copas de muitas, muitíssimas emoções dentro dos estádios. Ou arenas.
Ou não?