Sobre a última vez que teve Carnaval de Escolas de Samba e a importância do Carnaval

Foto: Alcinéa Cavalcante

O Carnaval é a maior alegria do povo. E nem me venham com o lance de “pão e circo”, isso é argumento furado de quem não entende que essa é a maior festa popular do Brasil. Em 2020, voltaremos a ter o Desfile das Escolas de Samba. Vou falar um pouco da última vez que rolou e que o atual campeão venceu.

O Piratas da Batucada, minha escola do coração, sagrou-se campeã na última vez que teve Carnaval de Escolas de Samba no Amapá, em 2015. A barca aportou no título do Carnaval Amapaense. Mesmo com essa triste lacuna de anos no coração do folião amapaense, lembro como se fosse ontem e vou contar pra vocês.

Foto: Marcelo Corrêa

O Piratão entrou na Ivaldo Veras com muita inspiração, vibração, talento, organização, imaginação, arte, luz, cores, alegria, magia e amor. Senti meu coração disparar e bater no compasso da bateria. Foi emocionante!

Além de falar de contos, o Piratão, em homenagem, mostrou seu amor, respeito e gratidão ao mestre Monteiro, falecido pai do meu amigo Serginho, que foi presidente e Mestre de Bateria da escola.

O investimento dos recursos, que resultaram em lindas e luxuosas fantasias, além de alegorias fantásticas, foi fundamental para o título daquele ano.

Foto: Marcelo Corrêa

Graças aos deuses do Carnaval, a bateria não errou e, como sempre, arrebentou. A harmonia foi perfeita, assim como a comissão de frente e nenhum de nossos carros quebrou. Chegamos emocionados na dispersão com aquele sentimento de termos feito um grande desfile.

Aliás, recordo que, antes de desfilarmos, brinquei com muitos amigos e disse que estava com saudades de ser campeão. Aí o Piratão entrou e levantou a multidão. O nosso desfile foi um show de magnitude e esplendor que transformou contos e sonhos em realidade. Um verdadeiro presente do Rei do Carnaval ao público que assistiu, e a toda a comunidade da Zona Sul da capital.

Foto: Abinoan Santiago

Sobre o que aconteceu na noite daquele domingo, 15 de fevereiro de 2015, no Sambódromo de Macapá, faço minhas as palavras da jornalista Alcinéa Cavalcante (experiente comentarista de carnaval e Maracatu da Favela roxa, ops, verde-rosa):

Com o enredo ‘Quem conta um conto aumenta um ponto’, Piratas da Batucada foi, sem dúvida, a melhor escola de samba da noite com suas bonecas de pano, sabugos de milho, cinderelas, branca de neve, soldadinhos de chumbo e demais personagens infantis. Homenageou não apenas Monteiro Lobato, mas também o saudoso mestre Monteiro, que foi presidente e diretor de bateria da agremiação. Piratas da Batucada foi impecável em todos os quesitos” – Alcinéa Cavalcante.

Eu, na ala das Bruxas do Piratão 2015 – Foto: Abinoan Santiago

Enfim, quem é Piratão sabe como é sensacional desfilar ou torcer pela escola. Somos apaixonados e felizes. Coisas que só sentem e entendem os amapaenses que têm o prazer de ser Piratas da Batucada – definitivamente, o Rei do Carnaval amapaense. E, é bom lembrar, o atual campeão!

Sobre a volta do Desfile, ressalto que, sem carnaval, a dispersão chega, mas o desfile nunca virá. Infelizmente, todos nós, amantes da festa, acabamos saindo em uma grande e unificada ala de palhaços tristes.

Cheio de memória, arte, homenagens, o desfile é muito mais que uma disputa entre agremiações numa grande passeata festiva. O Carnaval é inspiração, vibração, talento, organização, imaginação, arte, luz, cor, alegria, magia e amor. O Carnaval fala de nossos costumes, história e tradições. Um evento contagiante. Sem falar na rentabilidade.

Portanto, vamos curtir o Carnaval de escolas de samba, de blocos e bailes com muita alegria. Não o ter, é sofrer de desamor. É isso.

No Carnaval, esperança que gente longe viva na lembrança, que gente triste possa entrar na dança, que gente grande saiba ser criança” – Chico Buarque.

Elton Tavares

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