Sobre os efeitos da palavra – Crônica de Mariléia Maciel

Crônica de Mariléia Maciel

O cotidiano às vezes nos cega, e hoje me chamou atenção um trecho da palestra do André Trigueiro. Ele falava sobre um momento mágico que viveu assim que chegou em Macapá, ao almoçar no restaurante Norte das Águas.

“O céu estava azul, com sol, e de repente escureceu e a chuva caiu. Neste momento de mudança eu fiquei estático, e vi Deus na paisagem em Macapá. É uma lembrança que levo”.

Nós que moramos na Amazônia sabemos que estas mudanças são comuns, e em minutos o cenário de sol, céu azul e nuvens brancas se transforma em escuridão, dando início às chuvas. E depois tudo volta ao normal, como se a chuva não passasse de uma piada pra molhar os despreparados e as roupas do varal, e desarrumar o que está descoberto.

Interessante que no momento em que as nuvens brancas foram cobertas pelas negras, comentamos com desespero que ia bagunçar o almoço preparado especialmente para o convidado, molhar tudo e fazer todos correrem para a parte coberta.

No fundo rezamos para que não chovesse, e quando o céu desabou, nos olhamos com tristeza.

Não imaginei que o que nos desesperou, causou maravilhas no jornalista, que ficou deslumbrado com o sentimento divino, envolvido com energia única de sentir Deus, a força universal que estava ali, sem que nos déssemos conta, porque o cotidiano de sol e chuva, que muitas vezes irrita, nos deixa insensíveis para enxergar o belo, a força que está na nossa frente.

Faltava ele vir de São Paulo tirar a venda dos meus olhos, e me fazer mudar o jeito de me relacionar com o cotidiano.

“Aceitar, agradecer, entregar e confiar” (André Trigueiro)

“Deus está presente, seja bem vindo!”
(André Trigueiro)

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