Stereovitrola – Simptomatosys (por @RaoniHolanda)


Stereovitrola deveria significar persistência. Sim, essa é a palavra que melhor define a banda amapaense que lançou no mês passado o EP Simptomatosys, seu terceiro registro em estúdio que sai pelo selo Eletrônica Canibal e marca mais alguns pontos a favor da boa música no cenário musical independente do país.

Formada por Patrick Oliveira (vocal e guitarras), Rubens Ferro (bateria), Marinho (contra-baixo) e Wenderson Matrix (samples e sintetizadores), a banda foi formada em 2004 em Macapá e aos poucos se estabeleceu como um dos grupos autorias mais importantes da região norte devido as suas melodias viajantes e a produção musical contínua.

Mesmo assim a banda parece ainda estar distante de encontrar sua zona de conforto e Simptomatosys simboliza isso. O novo trabalho aprofunda as raízes da Stereovitrola em suas influências que variam do post punk inglês às bandas brasileiras Mutantes e Júpiter Maçã e traz como resultado um som acessível que foge dos lugares comuns do rock nacional.

O EP abre com Quarto das Folhas, a música mais pop do disco que deve permanecer na minha cabeça pelos próximos dias, seguida pela climática Experiências com Modelo Animal e a agitada Daniel Nec. Simptomatosys ainda conta com as dançantes Macaco Rei e Fita VHS que fecham o trabalho que pode ser considerado o melhor da banda até aqui.

Tanto os arranjos quanto as letras soam mais maduras no novo disco e demonstram a evolução da Stereovitrola em estúdio, que parece mais confiante e eleva o nível de complexidade das canções. Parabéns aos caras por insistir em explorar o árido cenário artístico/musical brasileiro e se manter sempre à frente das mesmices. Stereovitrola realmente deveria significar persistência.

Ouça a música Macaco Rei no link abaixo:


Texto de Raoni Holanda – Jornalista, vocalista da banda Godzilla, ilustrador e redator do Calabouço.

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