Tecno Barca: barco-galeria leva arte e cultura a 11 comunidades do Bailique, no Amapá

O projeto Tecno Barca Residência Artística chega na 5ª edição este ano com ações voltadas às famílias que vivem às margens do Rio Amazonas, no arquipélago do Bailique, a 180 quilômetros de Macapá. Durante 15 dias, de 1 a 15 de novembro, artistas amapaenses e de outros estados irão percorrer 11 comunidades das ilhas, levando à população, de forma gratuita, oficinas de artes visuais, fotografia e reciclagem. A realização do Tecno Barca V é da Associação Gira Mundo, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Programação inclui ainda encontros entre artistas, arte-educadores e moradores do Arquipélago do Bailique; projeto de leitura e escrita, performances, produção de biojóias, oficinas de artes; rodas de conversa sobre questões socioambientais e climáticas do Bailique atual; cine clube “Cine Catraia” com exibição de obras audiovisuais produzidas no Amapá; lançamento de catálogo e documentário do Tecno Barca IV, que foi realizado em 2021 de forma virtual, durante a pandemia de covid 19; e navegação da Exposição Tecno Barca em uma embarcação por 11 comunidades ribeirinhas do Bailique.

A Residência conta com um barco como galeria de arte flutuante e ambiente de troca de experiências, vivências entre artistas, pesquisadores e moradores ribeirinhos das comunidades que são visitadas. Este ano, 10 artistas de múltiplas linguagens compõem o projeto, oriundos dos estados do Amapá, Pará, Ceará, Minas Gerais e São Paulo.

Vila Progresso, Jaranduba, Buritizal, Carneiro, Foz do Gurijuba, Igarapé Grande do Curuá, Freguesia, Franco Grande, Igarapé do Meio, Arraiol e Livramento são as comunidades que receberão o Tecno Barca. E em cada lugar, além do barco-galeria, os trapiches (pontes de madeira que dão acesso às localidades), escolas e centro culturais tornam-se espaços de encontro entre o movimento cultural e os moradores, de todas as idades.

Em cada oficina de artes há vaga para até 20 participantes, totalizando uma média de 160 crianças, jovens e adultos envolvidos. Nas sessões do cine clube “Cine Catraia”, espera-se a média de público de 50 a 80 pessoas por noite. A navegação da exposição Tecno Barca pelas 11 comunidades da região pretende abranger um público rotativo de 500 moradores.

É a quinta edição do Tecno Barca e 10 anos de trabalho desenvolvido pela Associação Gira Mundo no Bailique, com projetos e ações de arte, cultura, educação, saúde e meio ambiente. Uma década de promoção da cultura em lugares tão distantes, no meio da floresta, para pessoas simples, mas com troca de conhecimentos e experiências inesquecíveis. Há muito que relatar.

Wellington Dias, coordenador do Tecno Barca, conta que o projeto tem uma parceria consolidada com escolas públicas da região, além de moradores do Bailique que trabalham diretamente na produção. Em 2020 e 2021 foi realizada uma ampla campanha de combate ao avanço do covid-19. O grupo coletou álcool em gel, máscaras, água sanitária e água mineral, que foram distribuídos na região através da parceria com os agentes de saúde e enfermeiros, que se aliaram nessa luta comunitária.

“Uma das experiências mais marcantes para nós também é o legado que estamos percebendo se frutificar na região, pois hoje já é possível encontrar muitos jovens e adolescentes que participaram das oficinas de artes visuais e literatura e que acabaram seguindo carreira acadêmica nessas áreas em Macapá e, depois de formados, retornaram para o Bailique, onde estão empregados nas funções de gestores escolares e são considerados lideranças comunitárias na região”, ressalta o coordenador.

Rita Torrinha – Assessoria de Imprensa
Fotos: Arquivo Gira Mundo

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