Uma noite anárquica de muito rock and roll

Silvio Carneiro, o punk do sertão – Foto: Aog Rocha.
Ontem (23), no Sesc-Centro, o melhor interprete do saudoso Raul Seixas que já vi cantar, meu amigo Silvio Carneiro, simplesmente arrebentou. O punk do sertão, como costumo chamar o talentoso interprete do Raulzito foi perfeito não só na execução das canções, mas na declamação dos devaneios coerentes e papos de rocha do velho roqueiro.
E Silvio não tava sozinho, a banda Tio Zé embarcou na anarquia, o Almir fez o diabo com a guitarra, o Tássio marcou tudo perfeitamente com seu baixo e sua cara cínica e o Magrones, como sempre, quase quebra a batera. Firme!
                        Silvio e banda Tio Zé – Uma parceria perfeita, energia pura mesmo! – Foto: Hellen Cortezolli
Voltando ao Silvio, além de músico e simpatizante do anticonvencional, o cara é uma figura gente fina e extremamente inteligente. Como ele foda, não poderia de namorar alguém leso, leiam o comentário da namorada do punk do sertão sobre o show de ontem:
Dizem que, como John Lennon, Raul Seixas tinha um pacto com Satã. Que o pai do rock brasileiro praticava magia negra. Que o movimento Sociedade Alternativa tinha fins ocultos ou nebulosos. Mas seja qual for a ordem a que Raul pertencia, o que parece importar a sucessivas gerações é a subversão da ordem criativa de sua obra. 
                                                          Silvio Carneiro – Foto: Maksuel Martins

Se praticava magia negra, o que importa é que sua música mantém a mágica de levar ao delírio gente de toda idade, de toda cor e credo, e até gente que não crê em nada. O que não dá pra duvidar é de que há uma força oculta poderosa ainda comandando tudo o que Raul criou. A mim, parece uma força do bem extremo. O paradoxal é curioso… Silvio Neto e a banda Tio Zé (Tássio Callins, Almir Júnior e Magrão) reproduziram isso no Tributo a Raul, ontem, no Sesc Centro. 
                                                    Uma verdadeira noite e rock and roll – foto: Aog Rocha.

E com uma energia extraordinária, uma energia que ao longo da vida somente tive a oportunidade de captar em artistas muito bons. São trabalhos como o de Silvio que fazem a gente lembrar que é possível fazer – seja o que for – com paixão, e compreender definitivamente que Raul Seixas é atemporal, ou, no mínimo, seu tempo deixou uma marca tão indelével que bem poderia se chamar Tempo Raul.

Quanto às suspeitas de que sua vida era guiada pelo diabo, estas devem ter – seguramente – sido levantadas pelo pastor João… Silvio Neto foi adorável, lindo, incomparável! Queremos bis!” – Lulih Rojanski.
Depois disso, não preciso escrever mais nada, só assinar embaixo.
Elton Tavares

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