Brasil. Ou será ilusão? – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Ainda é assunto esse negócio da carne podre? Claro que sim, afinal vai demorar um tempo ainda para o Governo Foderal arrumar um escândalo para desviar as atenções deste.

O que devo dizer é que acordei como se estivesse me tocando que minha vida não passa de ilusão. Tipo Show de Truman, saca? Pois é. De uma tacada só, fico sabendo que a carne que eu como, que já me dá câncer por si só, segundo um amigo cigano vegano, agora vem recheada com papelão. Antes disso já estava rolando a tal reforma da previdência me dizendo que JAMAIS irei me aposentar. E a terceirização veio para acabar comigo de uma vez, me afirmando, com todas as letras, que o povo brasileiro não existe como trabalhador. Que se vire, que não fique doente, que não peça aumento, que aceite as condições dos que impõem as condições. Aí eu fui pensar e saquei que tá tudo errado. Tudo é corrupto, tudo é de segunda, tudo é pirata, tudo é máfia, tudo é falso, tudo é ilusão. A começar pela Presidência do Brasil, uma farsa. Depois vêm todos os escalões lotados de gente escrota. É ministro, é senador, agora é a galera do Judiciário. Todo mundo envolvido em alguma armação. Tá foda!

Hoje eu olhei no espelho e não soube quem era aquele cara olhando para mim, do lado de lá. Claro que sou eu, mas será que sou eu mesmo? Será que tudo isso não é um pesadelo do qual vou acordar daqui a pouco? Tudo está tomando contornos de falsidade, de miragem. Impunidade, parcialidade, foro privilegiado… Aaaaiiii!!! Socooooorro!

Vou mudar de canal por enquanto, preciso me distrair, pensar em outras coisas, senão eu piro. Vou contar o quadro de humor que escrevi, para não deixar esta crônica com baixo astral. Pois bem, vamos à piada:

Sujeito acorda e se dá conta de que tudo ao seu redor é falso. Seu filho é um robô, sua esposa é uma boneca inflável, seu cachorro, uma imagem holográfica. “Devo estar no Brasil. Nada existe de verdade. Preciso tomar uma atitude”, pensa o nosso personagem. E parte para tomar a tal atitude, mas, no meio do caminho, resolve tomar outra coisa: veneno. Compra uma dose de estricnina e mete goela abaixo. Nada acontece, o veneno está adulterado. “Vou me jogar do alto deste edifício”, pensa novamente o nosso amigo. E se joga mesmo. Nada acontece, pois o asfalto se desmancha com a chegada do corpo do sujeito ao chão, como se tivesse caído num colchão de espuma. Aí ele desiste e volta ao seu mundo de mentirinha.

Ele desiste, mas eu não. Eu vou acabar com tudo isso agora mesmo! Adeus, mundo falso, país falso! Adeus, ilusão! E me dou um tiro no meio da testa. Se você chegou até aqui na leitura já sacou que o revólver não funciona. Pudera! É de chocolate! Topa um chocolate aí?

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