Edital oferta 8 vagas para bolsas de iniciação científica em arqueologia no AP

Vagas serão ofertadas para graduados e estudantes no Amapá (Foto: Divulgação/ IEPA)

Por Jéssica Alves

O Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) divulgou um edital que vai ofertar oito bolsas de iniciação científica em arqueologia. A iniciativa faz parte do Programa de Apoio Técnico à Pesquisa, Iniciação Científica e Auxílio para Estudos e Pesquisa, do governo do estado. As inscrições ocorrem de 15 a 22 de setembro, e o edital já está disponível.

As vagas são distribuídas em duas bolsas de apoio técnico para profissionais graduados, uma bolsa de auxílio de estudos e pesquisas para estudante do ensino médio e cinco bolsas de iniciação científica para estudantes universitários. A seleção é para o período 2017-2018.

Os bolsistas serão orientados por arqueólogos, técnicos e estudantes do Núcleo de Pesquisa Arqueológica (NuPArq), que trabalha com a identificação e registros de sítios arqueológicos, com atividades de escavações amplas, análise de material e socialização de patrimônios arqueológicos, com uso de equipamentos e laboratórios.

Os candidatos podem tirar dúvidas sobre o processo seletivo por meio do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA, no bairro Trem, Zona Sul de Macapá. A previsão é que o resultado seja divulgado no dia 4 de outubro.

De acordo com o Iepa, a oferta de bolsas tem o objetivo de fomentar atividades de pesquisa científicas desenvolvidas na Amazônia, contribuindo para a formação de profissionais, por meio de parceria com instituições privadas.

Fonte: G1 Amapá

Sítios arqueológicos são descobertos em Amapá e Pracuúba

Por Eloisy Santos

Especialistas do Museu de Arqueologia e Etimologia do Amapá (MAE), vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), localizaram sítios arqueológicos nos municípios de Amapá e Pracuúba. Ambos foram identificados em agosto e dezembro do ano passado, respectivamente. As estruturas são muito semelhantes às do sítio já identificado no município de Calçoene. São círculos de pedras existentes possivelmente há 2 mil anos, que auxiliavam, por meio da observação, moradores daquelas regiões a calcularem a estação do ano, por exemplo.

O sítio de Amapá está localizado 13 quilômetros a leste da sede do município, em área de planície. O localizado no município de Pracuúba, por sua vez, está a norte da sede, a 8 quilômetros, em extensa área de mata. Neste, somente 30% das pedras estão de pé.

Segundo o gerente do MAE, Adervan Lacerda, após a localização dos sítios, foi produzido um relatório sobre o achado, que já foi encaminhado pelo Governo do Estado do Amapá (GEA) ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) também foi acionado.

“A ideia é montarmos uma equipe multidisciplinar que retorne aos sítios e comecemos, juntos, a fazer a delimitação, reconhecimento e estudo deles, para posteriormente traçar estratégias a fim de preservá-los da melhor maneira possível”, contou Lacerda, complementando que nestas áreas não há pedras do mesmo tipo que as localizadas.

Ainda de acordo com o gerente, em termos históricos, o achado é fundamental por fazer saber que há centenas de anos a região já era ocupada. “Aqui habitavam povos que tinham uma inteligência fora do normal, calculando a estação do ano a partir da observação. Não só o país, mas o mundo precisa saber disso, pois são poucos os países que possuem sítios arqueológicos”, frisou.

Mazagão

No ano de 2016 foram localizados 53 esqueletos humanos no sítio histórico de ruínas da primeira igreja construída no município de Mazagão.

Uma audiência pública aconteceu no fim do mês de março, com objetivo de levantar possíveis destinos aos artefatos. “O Iphan estipulou cinco metas para que a prefeitura do município cumpra e sejam realizadas obras no sítio, onde os achados seriam colocados em urnas de vidro e expostos”, explicou Lacerda.

Uma nova audiência deve acontecer para decidir se os esqueletos continuam em Mazagão ou são transportados para uma reserva técnica na capital para melhor conservação até o cumprimento das metas e obras.

Fonte: Blog do Calandrini

Exposição permanente mostra cerâmicas de rituais sagrados da cultura indígena do Amapá

Destaque da mostra permanente são as urnas funerárias com formas antropomórficas, com formas humanas (Foto: Lorena Kubota/G1)

Uma exposição permanente em Macapá quer contar a história dos povos indígenas que habitaram o Amapá, como eram os rituais sagrados e o dia a dia dessas comunidades. A mostra traz 60 peças expostas no Museu de Arqueologia e Etimologia, no Centro da capital.

Segundo o pesquisador do museu, Manuel Maria, os vestígios de civilizações enterradas há milhares de anos ajudam a entender a sociedade.

“A intenção é transmitir ao visitante um pouco do que os nossos antepassados viveram e como viveram, preservando sempre o olhar de cada observador”, ressaltou.

O destaque da mostra permanente são as urnas funerárias com formas antropomórficas, em formato humano, utilizadas pelos índios para preservar o corpo como forma de perpetuá-los depois da morte. Nelas eram depositados os restos mortais, como ossos ou cinzas.

Peça original produzidas por indígenas e encontrada em escavações (Foto: Lorena Kubota/G1)

O trabalho da arqueologia, de acordo com o pesquisador, possibilita localizar a peça e determinar a data em que ela foi produzida. A antropologia, a sociologia e a história ampliam esse estudo mostrando como os povos indígenas teriam vivido.

De acordo com a direção do museu, escolas podem agendar visitas ou solicitar palestras dos técnicos da instituição.

Serviço

Mostra permanente da cultura indígena do Amapá
Local: Museu de Arqueologia e Etimologia, na Rua São José, nº 1.500-A, em frente à Praça Barão do Rio Branco
Horário: das 9h às 18h (de segunda à sexta)
Visitas agendadas: (96) 99122-5916
Entrada: gratuita

Fonte: G1 Amapá

MPF/AP recomenda ao Imap a participação do Iphan nos processos de licenciamento ambiental

O Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) recomendou ao Instituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Estado do Amapá (Imap) a participação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nos processos de licenciamento ambiental de competência do órgão. Segundo o próprio Iphan, o número de análises e manifestações solicitadas nos processos de licença ambiental não corresponde à quantidade de empreendimentos licenciados pelo Imap que exigiriam a participação da autarquia.

No documento, o MPF/AP orienta que todos os projetos que exijam a apresentação de estudo prévio de impacto ambiental sejam submetidos à análise técnica do Iphan, autarquia federal responsável pela preservação do patrimônio cultural brasileiro. Entre eles são citadas obras ou atividades potencialmente causadoras de degradação do meio ambiente. Sem o devido estudo e análise do Iphan, essas obras podem interferir nos sítios arqueológicos existentes no local ou em suas proximidades.

Sítios arqueológicos são áreas que preservam evidências da atividade humana ocorrida no passado e constituem patrimônio cultural brasileiro, conforme a Constituição Federal. Cerâmicas, ossos e até cidades inteiras podem ser encontrados soterrados nestes locais.

“Os danos causados ao patrimônio cultural, pelo início de obras ou atividades sem a prévia avaliação do aspecto arqueológico, são graves e irreversíveis”, afirma o procurador da República Everton Aguiar, que assina a recomendação. Para ele, as manifestações do Iphan nos processos de licenciamento não constituem mera formalidade, mas possuem um caráter efetivo, necessário à formalização da licença ambiental.

Foi concedido prazo de 10 dias para pronunciamento do instituto.

Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Amapá
(96) 3213-7815
[email protected]
Twitter: @MPF_AP

Divulgação em rede nacional deve impulsionar turismo ao “Stonehenge do Amapá”

Foto: BBC Brasil

O deputado estadual Pedro DaLua comemorou a divulgação, em rede nacional, de uma matéria destacando a importância do Parque Arqueológico do Solstício, conhecido como o “Stonehenge da Amazônia”. Ele acredita que a divulgação vai impulsionar o interesse de cientistas, pesquisadores e fomentar o turismo na região.

DaLua é autor do projeto de lei 283/2016, que Declara o Parque Arqueológico do Solstício, localizado em Calçoene, como Patrimônio Cultural Material, Arqueológico, Paisagístico e Etnográfico do Estado.

O parque é formado por estruturas em forma de círculo, construídas com pedras de granito (megálitos), que parecem ser parte de um observatório astronômico pré-colombiano estão localizadas em uma colina, no município de Calçoene.

Os arqueólogos estimam que esse sítio tenha sido construído por volta de 1000 a 2000 anos atrás. No entorno desse monumento megalítico existem sítios de sepultamento que demonstram rituais complexos, com poços funerários.

Os antropólogos sabem, há muito tempo, que os índios da Amazônia, assim como muitos outros povos antigos, eram excelentes observadores dos astros. Entretanto, a descoberta de uma estrutura física, que parece incorporar esses conhecimentos, sugere que esses índios pré-colombianos seriam bem mais sofisticados do que se suspeitava.

Esse monumento megalítico, por suas dimensões, poderia ser um observatório astronômico e centro ritualístico. Isso significaria, por exemplo, uma organização social mais complexa, com uma população maior do que normalmente são as sociedades indígenas da Amazônia, que normalmente usam barro e madeira em suas construções.

Desde o final do século 19, cientistas estudam essas sociedades complexas da Amazônia. Outras estruturas megalíticas foram encontradas nessa parte da Amazônia, inclusive na Guiana Francesa.

Como essas sociedades complexas da Amazônia se formaram ainda é uma incógnita. Possivelmente, existia algum tipo de intercâmbio cultural entre esses povos antigos. Como exemplo, as cerâmicas encontradas, por escavações arqueológicas, em volta da foz do Amazonas, demonstram grande diversidade cultural.

DaLua lamentou que apesar de importante, o local encontra-se abandonado. Com a aprovação do projeto de lei, o Estado deverá criar mecanismos de proteção ao local para evitar a ação de vândalos.

Assessoria de comunicação do deputado estadual Pedro DaLua

Misterioso, ‘Stonehenge da Amazônia’ intriga pesquisadores do Amapá


Por Abinoan Santiago

Um conjunto de grandes rochas fincadas no solo no meio da selva amazônica virou um mistério para pesquisadores amapaenses. Os estudos sobre a função do monumento construído por povos milenares em Calçoene, a 374 quilômetros de Macapá, iniciaram em 2005 e ainda não se mostraram totalmente conclusivos.

Apesar de as pesquisas ainda tentarem encontrar informações que cercam o megálito – monumento formado por pedras – no meio da floresta, arqueólogos que se dedicam ao caso no Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá (Iepa), já conseguem afirmar que ele é bastante antigo, tendo sido erguido há pelo menos 1.000 anos depois de Cristo.

A utilização dele pelos povos da região teria sido por pouco mais de 500 anos até os primeiros contatos com os europeus.

As estruturas de pedra em Calçoene estão dentro de uma área de 120 hectares que abrange um megálito maior em formato circular com outros cinco menores ao redor, e acabaram sendo chamadas de ‘Stonehenge da Amazônia’ em comparação ao semelhante famoso monumento megalítico inglês.

“Como pesquisadores, não gostamos muito de chamar de Stonehenge porque dá a impressão de que é uma imitação, sendo que é uma criação autêntica do povo da Amazônia”, destacou o arqueólogo do Iepa João Saldanha.

A área foi descoberta pelos pesquisadores em 2005. À época, o monumento chamou a atenção e fez o governo do Amapá comprar os hectares para serem objeto de estudo de arqueólogos a fim de tornar a região uma atração turística.

Atualmente, no entanto, existe apenas uma casa próximo ao sítio que abriga os arqueólogos em pesquisa de campo e um funcionário do Iepa que faz a segurança do parque, distante 30 quilômetros da sede de Calçoene.

Durante os anos de estudos, arqueólogos descobriram que a área tem urnas funerárias enterradas com restos mortais de índios. As características das esculturas feitas em cerâmica indicaram que a região foi habitada pelo povo Arawak, que tem como descendentes os indígenas da etnia Palikur, que atualmente ocupam a fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa.

As urnas também indicaram que o local era usado para funerais de maneira diferente como habitualmente ocorre atualmente. Os índios tratavam o ato como uma cerimônia festiva. Itens usados para fazer cerveja artesanal estavam entre os vestígios que indicaram a tese.

“Eles [índios] passaram por todo um processo pela colonização europeia e hoje em dia não tem mais esse tipo de ritual, com urnas funerárias e construção desses centros de cerimônia. Pelo que vimos nos vestígios encontrados, o cerimonial era uma festa. Constatamos vestígios de cerâmica, que provavelmente era usada para cerveja de mandioca ou milho, além de pratos, que devem ter sido utilizados para servir alimentos”, explicou João Saldanha.

Devido a posição das pedras e buracos no meio das rochas, arqueólogos também apontam para a possibilidade de o monumento ainda ter sido usado para acompanhamento de mudanças do período de estiagem para o chuvoso, duas únicas estações meteorológicas no Amapá em razão da linha do Equador.

Os estudos no ‘Stonehenge da Amazônia’ não pararam e pretendem descobrir respostas a questões que ainda cercam o monumento, a exemplo de como ocorreu a construção do sítio a partir do transporte de rochas e posicionamento preciso no solo em meio ao tamanho e peso gigantesco delas, além de como funcionava o trabalho braçal dos povos indígenas milenares para a criação do lugar.

Enquanto os pesquisadores buscam responder às perguntas pelo meio científico, a recente descoberta de urnas funerárias na área acabou virando um motivo a mais para lendas de moradores da região, que dizem perceber vultos e ouvir vozes supostamente indígenas.

“Existem lendas, como fantasmas, luzes, mas passamos muito tempo por lá e nunca vimos nada. Um sítio desse tipo chama muita atenção e as pessoas acabam interpretando de maneira um pouco exagerada”, comentou o arqueólogo João Saldanha.

Fonte: G1 Amapá
Assista a outro vídeo BBC Brasil sobre o assunto AQUI. 

Exposição de moda apresenta identidade cultural com grafismos Maracá e Cunani

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Por Caio Coutinho

A Exposição Ancestralidade – A Arqueologia na Moda Contemporânea do Amapá acontece nos períodos de 3 a 5, 10 a 12 e 16 a 18 de novembro, no Shopping Macapá, Amapá Garden Shopping e Villa Nova Shopping, respectivamente. O evento é uma realização do Sebrae, por meio do Projeto Atendimento Setorial de Indústrias de Macapá e Santana, em parceria com os três (3) shoppings para estimular o empresariado a produzir as próprias peças com valores culturais regionais.

Para a diretora técnica do Sebrae no Amapá, Isana Alencar, a exposição é um resgate à cultura amapaense, utilizando os grafismos Maracá e Cunani, para mostrar a importância da identidade cultural na moda. “Fizemos esse resgate dos traços das antigas civilizações do Amapá, Maracá e Cunani para transferí-los à moda, pois o mercado busca por símbolos de identidade cultural, onde o consumidor pode valorizar a referência local e se sentir à vontade em comprar produtos que representem a história do estado”, justifica a diretora técnica do Sebrae no Amapá, Isana Alencar.

De acordo com a analista do Sebrae e gestora do projeto, Vanusa Collares, a exposição apresenta ao público, o resultado do Projeto de Moda Maracá e Cunani desenvolvido junto às empresas de confecção de Macapá e Santana. “O evento mostra a coleção com grafismos Maracá e Cunani e viabiliza a comercialização dos produtos para fomentar o segmento de moda, utilizando soluções alternativas com peças que divulguem a identidade cultural do Amapá”, reafirma a analista do Sebrae, Vanusa Collares.
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Exposição

Em preparação ao evento de exposição, as empresas passaram por oficinas criativas para estimular a criatividade no desenvolvimento de estampas com identidade própria. “Observar as estampas é um grande passeio no imaginário das empresárias e uma ótima diversão, o Sebrae aposta na experimentação criativa, explorando os valores imateriais, como as identidades ancestrais, para estimular a criatividade do setor de confecção de Macapá e Santana”, disse Vanusa Colares.

O Projeto Atendimento Setorial de Indústrias de Macapá e Santana do Sebrae busca instigar o empresariado amapaense a realizar novas buscas por inserções de identidades ainda não divulgadas, ou ainda, intocadas, que existem na cultural local.

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Coleção

São responsáveis pela confecção da coleção, seis (6) empresas locais – Fio de Ouro, Ateliê Maria Paixão, Manna Ateliê, Tânia Moda Praia, Clube da Luluzinha e Eva Malhas –, a coleção é composta por vestuário e acessórios (bolsas e adornos), desenvolvidos pelas próprias expositoras, sob a orientação de designers contratados.

A identidade Maracá e Cunani é encontrada em estampados de vasos decorativos, artefatos de uso em geral e urnas funerárias. Trata-se de uma diversa estratificação de desenhos e composições, com formas geométricas e curvilíneas muito marcantes, além de algumas tentativas de representar a vida selvagem, um indício das relações daqueles povos com o meio ambiente e peculiaridades.

Serviço:

Sebrae no Amapá
Unidade de Marketing e Comunicação: (96) 3312-2832

Evento no IEPA comemora 10 anos do setor de pesquisa arqueológica

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Na próxima quinta-feira, dia 10, o IEPA celebra os 10 anos da implantação do setor de pesquisa arqueológica na instituição. A comemoração acontece ao longo do dia no auditório Waldomiro Gomes (Museu Sacaca/ IEPA) e vai contar com debates, apresentações e projeção de filmes, todos relacionados com a atuação do IEPA na pesquisa arqueológica. Ao final da tarde, será feita uma confraternização na Praça de Alimentação do Museu Sacaca.

As pesquisas realizadas pela equipe do IEPA ao longo destes 10 anos transformaram o panorama da arqueologia na região, revelando uma série de novos sítios arqueológicos e promovendo a aproximação da sociedade amapaense com seu patrimônio arqueológico. Entre as pesquisas realizadas, o caso do chamado Stonehenge do Amapá, em Calçoene, é certamente o de maior impacto. Este é um sítio construído por populações indígenas há cerca de mil anos, formado por grandes blocos de granito, alguns com alinhamentos astronômicos. O local foi usado pelos indígenas para celebração de rituais, inclusive funerários, e contém uma importante coleção de peças cerâmicas decoradas.

As pesquisas iniciadas em 2005 promoveram uma ampla divulgação deste sítio arqueológico, que figurou em páginas dos maiores jornais do mundo. Para debater os desafios não apenas da pesquisa, mas também da gestão e da socialização deste importante patrimônio arqueológico, será realizada uma mesa-redonda. Além da equipe do IEPA, participarão do debate a atual presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira (Dra. Marcia Bezerra/ UFPA), a Superintendente do IPHAN/AP (Sra. Juliana Morilhas Silvani) e gestores de órgãos públicos, além do público que estiver presente.

O evento vai contar ainda com a projeção de dois filmes produzidos recentemente, que tratam de arqueologia no Amapá e a percepção das pessoas sobre os sítios, além de apresentações de resultados das pesquisas em andamento no Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA.

Venha participar conosco!

DADOS BÁSICOS:

O quê: 10 anos de Arqueologia no IEPA

Quando: 10 de Dezembro, 9h-17h30: debates, filmes e apresentações| 18h Confraternização

Onde: Auditório Waldomiro Gomes (Museu Sacaca)

Programação Completa:

9h: Abertura
Composição da mesa: IEPA, SETEC, FAPEAP e Sociedade de Arqueologia Brasileira

9h30: Homenagem

10h-12h: Mesa Redonda “O sítio megalítico de Calçoene: desafios da pesquisa, gestão e
socialização”

Composição:

IEPA
 Diretor Presidente Sr. Wagner Costa
 Gerente do Núcleo de Pesquisa Arqueológica Dra. Mariana Cabral
 Coordenador do Projeto de Pesquisa Arqueólogo João Saldanha
SAB (Sociedade de Arqueologia Brasileira)
 Presidente Dra. Marcia Bezerra (UFPA)
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)
 Superintendente no Amapá Sra. Juliana Morilhas Silvani
SETUR (a confirmar)
Pref. Municipal de Calçoene (a confirmar)

14h-15h: Projeção de Filmes
“Turma, hoje tem arqueologia!” (2015) Direção: Irislane Pereira de Moraes, Luan de Souza
Macedo, Queiton Carmo dos Santos.
“Encantes – Histórias de Laranjal do Maracá” (2015) Direção: Cassandra Oliveira. Produção:
Lúcio Costa Leite.

15h-17h30: Apresentações de pesquisa
(intervalo 15:45-16:15)

18h: Confraternização na Praça de Alimentação do Museu Sacaca

Contato para mídia: Mariana Cabral – 98805 2994

Exposição sobre as Louceiras do Maruanum é aberta em Macapá

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Nesta segunda-feira, dia 24 de Agosto, o Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA abre uma exposição inédita sobre o conhecimento para fazer louças das mulheres do Maruanum. O distrito do Maruanum, localizado a apenas 58km de Macapá, é o centro onde estas louceiras praticam um conhecimento secular.

Na exposição, é mostrado que – muito além da técnica – estas louceiras dominam conhecimentos minuciosos que conectam humanos e não-humanos, coisas e emoções, saberes e fazeres. Com elas, aprendemos que uma panela não é apenas uma peça de cozinha. É uma peça de saber, é um conjunto de histórias, é a forma material de conhecimentos imateriais.

A exposição foi idealizada por um jovem pesquisador, Fabrício Ferreira, que desenvolve um trabalho de Mestrado com as louceiras. Fabrício foi colaborador do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA e agora é aluno do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPA, com bolsa da CAPES. A ideia da exposição surgiu há alguns anos, quando louceiras visitaram o setor de arqueologia do IEPA. Nos últimos meses, a ideia foi retomada, e o Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA abraçou a oportunidade. A exposição conta ainda com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Instituto Municipal de Política de Promoção da Igualdade Racial (IMPROIR), ligado à Prefeitura Municipal de Macapá, e do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (CEPAP), ligado à UNIFAP.

Serviço:

Local: Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA)/ Núcleo de Pesquisa Arqueológica| Av. Feliciano Coelho, 1509
Abertura: 24 de Agosto, às 14h30min
Visitação: de Segunda à Sexta, das 9h às 17h30min
Contatos: Fabrício Ferreira : 99156 9765/ Mariana Cabral: 98805 2994

Núcleo de Arqueologia do IEPA

Urnas inéditas guardavam bancos funerários quase intactos, em Macapá

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Por Paula Monteiro

Os artefatos encontrados junto às urnas funerárias com três câmaras laterais na comunidade de Curiaú Mirim (distante oito quilômetros da capital), em julho de 2014, no Amapá, só serão analisados a partir de abril de 2015, mas já revelam surpresas. A urna continha urnas com sepultamentos, fragmentos de cerâmica de potes e dois bancos inteiros, situação rara de ocorrer.

Os bancos eram usados em atividades de rituais fúnebres, como apoio das urnas funerárias. Também foram encontrados outros acompanhamentos dos indivíduos sepultados como potes pequenos e médios e tigelas, usados como recipiente para oferendas. “O interessante do banco é que ele está inteiro, o que é muito raro, já que em alguns casos os bancos eram quebrados em alguns rituais para cortar qualquer força negativa, por exemplo”, explicou o arqueólogo Avelino Gambim, mestrando no Museu Nacional/RJ e colaborador do Centro de Pesquisas Arqueológicas (CPArq) do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa).arqueologia11

A origem da urna com três câmaras laterais ainda é desconhecida, mas o modelo indica que houve três sepultamentos, de acordo com o arqueólogo. Os objetos foram retirados do sítio e guardados no CPArq e serão analisados a partir de abril de 2015. Na análise, será possível identificar as possíveis patologias, o sexo e idades dos restos mortais encontrados, além da idade e marcações culturais do achado, as quais indicarão se o sepultamento ocorreu em um evento único ou se aconteceu aos poucos, por exemplo.

Sítio arqueológico do Curiaú

O sítio arqueológico do Curiaú é explorado desde 2010. Na primeira campanha, realizada no mesmo ano, foram encontrados buracos de postes (indicações de esteios para sustentar antigas cabanas) e uma estrutura com formato de fossa que continha sepultamentos. Alguns desses sepultamentos, estavam fora das urnas; depositados diretamente no solo. Foram descobertos, ainda, urnas e fragmentos de vasilhas que remetem aos estilos cerâmicos Koriabo, Caviana, Marajoara e Mazagão, com datação estimada em mil anos depois de Cristo.

A estrutura Caviana guardava restos mortais de um homem com pintura de cor vermelha. A cor pode ser de origem vegetal (feita a partir do pigmento retirado do urucum) ou mineral de hematita (tipo de rocha).arqueologia1

Na segunda campanha de pesquisa, realizada em 2014, os arqueólogos encontraram buracos de postes, fossas (que podem ter sido utilizadas como lixeiras), um poço com câmara lateral e um poço com fragmentos de cerâmica bastante decorada, fragmentos de carvões e uma outra urna funerária, sem estilo atribuído, lisa e protegida com uma tampa.

Dentro desta última, havia restos humanos (possivelmente de um homem e de cerca de três a quatro crianças), de acordo com análise preliminar. O material foi localizado próximo a urna inédita no Brasil; de três câmaras laterais, encontradas em julho de 2014.

Para a análise dos ossos humanos, o Instituto conta com o apoio do Museu Nacional/UFRJ- a mais antiga instituição científica do Brasil e o maior museu de história natural e antropológica da América Latina.

Fonte: Portal Amazônia

Sobre a primeira escavação no Sítio Arqueológico Curiaú Mirim I

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Por Avelino Gambim Júnior

A primeira escavação no sítio Curiaú Mirim I (cidade de Macapá e localizado próximo a área quilombola do Curiaú) realizada em 2011, pela equipe de Arqueologia do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA, possibilitou identificar cerâmicas Mazagão, Koriabo, Caviana e um conjunto funerário inserido em um poço irregular.

Retornando ao campo em 2014, a equipe teve uma nova surpresa: a identificação de um poço funerário com uma morfologia inédita- três câmaras laterais. Os poços continham potes, tigelas, bancos inteiros, além de urnas funerárias que guardavam ossos humanos e de animais. Os materiais arqueológicos encontram-se acondicionados na reserva técnica do Núcleo de Pesquisa Arqueológica no IEPA.

O mestrando Avelino Gambim Jr (Museu Nacional/UFRJ), é o responsável pela análise do material ósseo, pois seu tema de dissertação é o estudo das práticas funerárias das três estruturas encontradas no sítio Curiaú Mirim I. Avelino contou com a presença da sua orientadora a professora Dra. Claudia Rodrigues de Carvalho, arqueóloga e diretora do Museu Nacional/UFRJ. A visita de Claudia, ocorreu entre os dias 8 a 12 de Dezembro de 2014. Neste período foi escavada uma das urnas funerárias retiradas dos poços.

Durante a escavação da urna no laboratório foram identificados ossos humanos (crianças e adulto), restos faunísticos (conchas) e pequenas contas feitas de carapaças de animais.DSC02674

O material cerâmico encontrado no poço está sendo analisado pelo Bolsista de Apoio Técnico do NuPARQ- IEPA, Alan Nazaré. Durante a análise foram identificadas tigelas, potes com decorações delicadas que remetem as fases arqueológicas Mazagão, Koriabo, Marajoara.

No último dia de atividades no laboratório a arqueóloga Claudia Carvalho, realizou uma apresentação que mostrou um pouco dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos na área da Bioarqueologia nos Estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, dentre outros. Pesquisas voltadas para a Bioarqueologia poderão ajudar a elucidar novas questões referentes a ocupação humana na hoje cidade de Macapá. O sítio Curiaú Mirim I é uma das exceções do chamado mito da diluição biológica na Amazônia (Mendonça de Souza, 2010: 428).

Referência:
SOUZA, S. M. F. O silêncio bioarqueológico da Amazônia entre o mito da diluição demográfica e o da diluição biológica da floresta tropical. Arqueologia Amazônica. Editado por E. Pereira e V. Guapindaia, pp. 425-445, Vol.1. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi. 2010.

Texto e fotos encontrados no blog Megalitismo na Foz do Amazonas (Arqueologia pré-histórica no Estado do Amapá).

Pesquisadores estudam criar parque arqueológico com visitas monitoradas no Amapá

Por Paulo Monteiro, do Portal Amazônia

As grandes pedras fincadas no chão do interior do Amapá formam círculos de informações e mistérios que recontam a história da civilização através da arqueologia. Os megalitos do município de Calçoene (distante 360 quilômetros da capital) serão a principal atração do primeiro parque arqueológico com visitas monitoradas do Brasil. O projeto executivo está a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e deverá ser executado no prazo de dois anos.

De acordo com o arqueólogo João Saldanha, a ideia é criar um espaço para democratizar a pesquisa científica através da acessibilidade das informações sobre a história da evolução humana. “Esse será o primeiro parque arqueológico desse modelo no Brasil. Queremos oferecer um parque e um museu com visitas monitoradas com o apoio de guias para que as pessoas possam conhecer mais e melhor sobre os sítios arqueológicos. O Amapá é considerado uma das maiores expressões arqueológicas mais importantes da América Latina”, afirmou o pesquisador à  reportagem do Portal Amazônia.

Observatório astronômico indígena

As grandes pedras podem ter sido usadas como observatório astronômico pré-colombiano por povos indígenas que habitaram a região. Em volta da estrutura foram encontrados, ainda, sítios arqueológicos que guardavam poços funerários. A construção lembra o santuário de Stonehenge- um dos principais monumentos arquitetônicos do período Neolítico, a fase final da Pré-História, na Inglaterra.

Também conhecido como ‘Stonehenge do Amapá’, as 127 rochas, algumas chegam a três metros de altura, revelam que o monumento era usado para marcar o solstício. Um dos blocos de pedra do círculo megalítico está posicionado de maneira que o Sol, durante o solstício de inverno do Hemisfério Norte, em 21 de dezembro, fica sobre o bloco, eliminando a sombra. A posição desta rocha diminui o tempo da projeção de sombras durante todo o dia no local. o alinhamento de um dos blocos de rocha com o solstício de dezembro levou os pesquisadores a acreditarem que o local tenha sido um observatório astronômico, com resquícios de uma cultura avançada.

Potencial arqueológico

Em julho de 2014, arqueólogos encontraram urnas funerárias inéditas no Brasil, na comunidade de Curiaú Mirim (distante oito quilômetros de Macapá). Em um único poço, foram encontradas urnas funerárias com três câmaras laterais com cerâmicas que guardavam restos mortais. A descoberta comprovou a relação entre diferentes grupos da Região Amazônica. O material está sendo estudado pelo Centro de Pesquisas Arqueológicas (CPArq) do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), e deverá ser concluído em dois anos.

Laboratório de Arqueologia Peter Hilbert inicia rodada de Seminários Internos


A equipe do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do (Iepa) reuniu-se esta manhã para a realização do I Seminário Interno do ano de 2014. Este tipo de seminário visa congregar os colaboradores do Núcleo, com a apresentação – a cada sessão – da pesquisa de um dos membros da equipe. Com isso, o trabalho de cada um é partilhado com os outros colegas, contribuindo para fortalecer o diálogo e criando um ambiente de debate, desde questões metodológicas até às interpretações realizadas.

Os Seminários Internos tem como objetivo incentivar a troca entre os colaboradores e ajudar no fortalecimento científico do grupo, com a partilha de experiências e conhecimentos.

Esta primeira sessão foi apresentada pelo Prof. Esp. Alan Silva Nazaré, e foi intitulada “Interpretações preliminares sobre o sítio Curiaú Mirim: Estudo de caso da cerâmica”. 

Com foco na análise cerâmica da coleção de um sítio arqueológico localizado na zona norte de Macapá (bairro Curiaú Mirim), Alan mostrou um excelente trabalho de descrição de um conjunto com mais de duzentas vasilhas. Este sítio, escavado pelo IEPA em 2011, apresentou um conjunto rico de estruturas arqueológicas, com deposições funerárias e outros arranjos. Um dos temas de pesquisa que Alan está desenvolvendo com este trabalho é a presença de cerâmicas com características de variadas fases arqueológicas, como Koriabo, Marajoara, Mazagão e Caviana. Contextos arqueológicos como este devem contribuir para entendermos melhor como diferentes grupos indígenas interagiram nesta região no passado mais remoto.

O próximo seminário será apresentado pelo pesquisador Msc. Kleber de Oliveira Souza, que vai apresentar resultados da sua pesquisa de mestrado, defendido em 2013 no PPGA/UFPA.