Várias vezes, sonhei que conversava uma última vez com uma pessoa que partiu. Sim, sim, alguns dirão que tenho muita imaginação, outros que sou ficcionista ou até mesmo assombrado.
Bom, o lance não é imaginário mesmo. Quase sempre, imaginamos viagens no tempo para falar com pessoas queridas que se foram ou quem sabe alertá-las sobre um perigo iminente.
Não falo de viagens no tempo provocadas por portais abertos no espaço-tempo como nos filmes “Donnie Darko” e “Efeito Borboleta”, cheios de possibilidades de mudanças e conseqüências.
Também não queria psicografia, entoação ou algo assim. Falo da oportunidade de uma aparição da pessoa. Do amigo ou ente querido se manifestar logo após a desencarnação.
Dessa forma podemos dizer ou escutar qualquer coisa do tipo: eu te amo, siga seu caminho, pois vou cuidar de tudo por aqui. É isso!
Óquei, pode soar meio lunático, mas sem querer ferir o código de ‘futuro pré-determinado’ denominado destino, o sindico de tudo isso aqui, de codinome Deus, poderia colocar mais essa cláusula no livre arbítrio: a possibilidade de se despedir. Seria ótimo. E como seria!
Não, não se trata de “consertar” nada e sim uma última chance de diálogo. Uma conversa franca e um adeus digno.
Elton Tavares