Não é mais um daqueles exames sobre os opostos, nem tão pouco outro raciocínio raso sobre relacionamentos.
As considerações dão conta de algumas definições e conceitos que nos acompanham ao longo de nossas vidas e influenciam nossa forma de perceber até onde podemos racionalizar ou sentir.
Os preceitos religiosos nos alertam que somos todos iguais perante uma força maior.
Igual é tudo aquilo que não apresenta diferença, contudo, a explicação não se limita a um juízo isolado, e lá se vão algumas formas abrangentes de observamos o igual: Idêntico, parecido, análogo, semelhante… O que provoca a estranheza imediata, se algo ou alguém é idêntico como pode ser parecido? Invariável, pois é sempre o mesmo, estável, inalterado, regular?
Entretanto, a medicina defende e apresenta provas de que somos todos diferentes, em razão do composto orgânico formado de moléculas e instruções genéticas por armazenarem um conjunto de informações, o chamado DNA, que não se repete.
Se partirmos desse pressuposto, somos igualmente diferentes. E ser diferente é não se assemelhar, ter diferença notada, ser desigual.
Porém, já faz um tempo que Aristóteles ousou afirmar: “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.” Se tal raciocínio fosse de fácil empregabilidade, a deusa da justiça, Themis não usaria uma venda, nem tentaria equilibrar a razão e o julgamento em uma simples balança.
Em que acreditar afinal? Não haverá uma resposta para elucidar a charada, um conto ou fábula que possam desobscurecer o que os olhos não conseguem ver, porque “crer é sentenciar-se e justiça é utopia”.
Hellen Cortezolli