Meia-Noite em Paris – (Midnight in Paris)

Hoje assisti novamente o filme “Meia-Noite em Paris”, que foi reprisado pela Rede Globo nesta madrugada. A primeira vez que vi essa obra prima do cinema foi em 2012. Entre todas as coisas muito legais do longa, contextualizei o saudosismo e a insatisfação que Gil Pander (Owen Wilson), o protagonista roteirista conceituado em Hollywood, que almeja se tornar um grande escritor, sente. Além de ser uma viagem literária, as imposições da família da sua noiva, Inez (Rachel McAdams) e a vontade do cara de ser feliz do jeito que ele são coisas muito familiares.

Que o Woody Allen é gênio, todos sabemos. Mas o neste filme, que é uma declaração de amor à Cidade Luz, como é conhecida a capital francesa, ele arrebentou. Apesar de inteligente, o longa não enche o saco com intelectualismo chato. Aliás, possui diálogos simples para uma obra que possui muita cultura em suas conversações.

Como todo ser inquieto que precisa escrever, Gil é da madrugada. Após boas doses de vinho, Ele viaja pelo tempo através de um carro antigo sempre em um ponto de Paris todas as noites. Lá encontra seus ídolos da Literatura e personagens marcantes da Cultura mundial, como Salvador Dali, Pablo Picasso, Cole Porter, F. Scott Fiztgerald e Ernest Hemingway. No filme, Gil anda pelas velhas ruas de Paris, seus locais badalados e frequentados pelas ilustres personalidades dos anos 20.

O escritor encontrar-se com seus ídolos literários e artísticos que já estão mortos, com que debater literatura e arte, além de ter seu livro lido e criticado por Gertrude Stein (Kathy Bates).

Entre os papos legais que rolam no filme, Ernest Hemingway diz a Gil Pander: “Não gosto de textos ruins e quando leio escritos melhores que os meus, sinto inveja e não gosto também”. Paid’égua!

Meia-Noite em Paris nem de longe lembra um enlatado hollywoodiano, nem um romance água com açúcar. Acho que quem gosta de filmes europeus e não assistiu ao longa metragem, vai curtir o filme.

O mais legal na história é que Pander enche o saco de Inez (cheia de vontades e chatices) e de seus pais, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy), que não escondem a antipatia pelo cara. Ele resolve pagar o preço, arrisca e no final dá tudo certo. Tudo por uma vida menos ordinária.

Pander se aventura em uma autorreflexão e consegue resolver suas crises existenciais, além de descolar um novo amor, (afinal, “fazer por merecer” é mais que um ditado, é uma lei da vida). Tudo isso com uma trilha sonora espetacular.Um filme agradável, que faz você pensar que é sempre certo fazer o que lhe aprazia. Não sei qual seria a minha viagem no tempo, mas certamente eu saberia aproveitá-la, afinal, ser escritor é um daqueles sonhos que não envelhecem. Para quem não assistiu, recomendo!

Elton Tavares

Trailer do filme: 

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