Pintor de quadros em miniatura exporta produção para Austrália

Por Abinoan Santiago, do G1 Amapá 

Acostumado a pintar paisagens amapaenses, o artista plástico Wagner Ribeiro, de 50 anos, decidiu retratar os desenhos em telas em miniaturas, que medem 12 centímetros de altura por 20 centímetros de largura. Por causa do tamanho dos quadros, o pintor amapaense chamou atenção do outro lado do planeta. Ele vai exportar dez telas para a cidade de Perth, no Sul da Austrália. O artista espera embarcá-las até o dia 21 de março a fim de criar um ‘elo cultural’ entre o Amapá e a Austrália.

Segundo ele, o tamanho dos quadros é uma forma de facilitar o acesso da população às obras de arte, que costumam ter um valor elevado. Ribeiro, que pinta desde os 6 anos, explica que em um dia é possível fazer até oito peças. A técnica usada nas pinturas é chamada de ‘acrílica sobre telas’ em quadros com tecido de algodão. Em Macapá, elas são comercializadas ao preço de R$ 50.

“Assim é mais fácil de vender. Eu tenho quadros que custam R$ 4 mil, por exemplo, e não estão acessíveis a todo mundo. Com as miniaturas, é mais fácil de fazer as pessoas terem em casa uma obra de arte pintada com a mesma dedicação e técnica usada em telas maiores”, contou Ribeiro.

As peças retratam o cotidiano amapaense e do povo da Amazônia. Uma delas, por exemplo, representa o Museu Joaquim Caetano, em Macapá. Já outra mostra o Igarapé das Mulheres, no bairro Perpétuo Socorro, Zona Leste da capital.

“Eu gosto do verde, de bichos, e do povo da Amazônia. Então pintar nossas raízes é uma satisfação. Além disso, as belezas são eternizadas em quadros”, relatou o artista.

Wagner Ribeiro conta que a exportação das peças foi possível após a irmã dele, a professora de artes Kátia Ribeiro, de 47 anos, intermediar a ida dos quadros à Austrália. Ela leciona em uma escola de artes em Perth.

“O trabalho artístico manual é muito valorizado fora do Brasil. Minha irmã me visitou em julho de 2013 e levou alguns trabalhos meus para mostrar a alguns australianos que têm relação com as artes. Eles gostaram e vou enviar mais”, disse o pintor amapaense.

Para a Austrália, o artista plástico diz que foi elevado o preço das obras para R$ 75 por causa de encargos com tributos de exportação. Antes de enviá-las, ele já se prepara para produzir mais peças.

“Na segunda leva, irei produzir cerca de 100 quadros, e quando houver o fortalecimento desse intercâmbio, pretendo incluir outros artistas”, disse o pintor, que também é criador da primeira galeria fixa de artes do Amapá, a Samaúma, no bairro Araxá, Zona Sul de Macapá.

O local reúne quase 40 obras de arte de 25 artistas amapaenses. Ela foi inaugurada em agosto de 2013 e funciona de terça-feira a domingo, entre 17h e 20h.

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