2017, só te digo vem! – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Primeiramente, fora 2016!

Calma! É só mais um desabafo! Eu sei que o ano em si não tem culpa de nada. Mas é preciso encontrar um bode expiatório para canalizar toda a raiva que sentimos no decorrer do ano.

O final/começo de ano sempre me intrigou. A solidariedade protocolar, com data marcada, nunca me entrou bem. Ainda mais quando a humanidade, que nesta época do ano fica tão emotiva, festeja o nascimento de Jesus e alguns meses depois, já dentro do novo ano novo, crucifica o aniversariante na maior selvageria e depois, sem o menor remorso, vai aproveitar o feriadão.

Papai Noel já saiu de cena, mas prometeu voltar nos próximos anos, já que, para poder se aposentar, vai ter que ralar ainda por muito tempo. A reforma da previdência foi um golpe duríssimo para o Papai Noel e todos os bons velhinhos do Brasil.

O ano está se despedindo e levando uma porção de celebridades. Nem a princesa Leia escapou, ela que era o lado mais bonitinho da força. Teve até piada fora de hora do jornalista Jorge Pontual, que foi pontualíssimo em sua falta de tato. Ao comentar as reações à morte da atriz Carrie Fisher, o idiota global imitou o som da fala de Chewbacca e ganhou o Prêmio Chewbabacca do Fim do Ano.

Mas este texto é para festejar o ano que está indo embora e não lastimar. Porque se formos dar terreno para as lamúrias, o fim do mundo se dará novamente através de um dilúvio, agora não de chuva, mas de lágrimas.

Vamos festejar a… Ops! Falhou a memória. Já sei! Vamos festejar o… o… Ah! Acho que não há mesmo o que festejar, a não ser o fato de estarmos vivos, mas nós somos brasileiros e não desistimos nunca de tentar encontrar motivos para uma boa farra.

Sobrevivemos a eleições, lava-jato, golpe, intolerância, conservadorismo, guerra, terror. E estamos prontos para enfrentar 2017. Isso se sobrar alguma coisa depois que Donald Trump, a besta quadrada do apocalipse, sentar no trono da Casa Branca no dia 20 de janeiro.

Pensei até numa dobradinha de Trump e Temer na virada do ano. Os dois, de mãos dadas, falando ao mundo e à nação brasileira:
– Atenção, imbecis, para a contagem repressiva: 5…, 4…, 3…, 2…, 1… Fogo no rabo de vocês!

Mas esse não é um jeito legal de concluir esta crônica. Melhor terminar com Chico Buarque cantando para os dois monstrengos aí de cima:
– Apesar de vocês amanhã há de ser outro dia.

E vai ser! Feliz 2017!

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