Elogio da ciranda de você
O céu desmoronava
Num terremoto solar
Na manhã forte e seca
De setembro
Como se abrisse um livro
E aprendesse a ler
Naquele instante
Sorri para o horizonte
A mata seca e os frutos
Guardavam consigo
Horas e ventos
De anos inteiros
E desenhava em cada
Pensamento
Sentimentos indecifráveis
De águas e cirandas encantadas
Júlio Miragaia