Cinema na Amazônia? É possível, sim!


Por Ronaldo Rodrigues

A luta é um épico, um roteiro de intrigas pra Fellini filmar. Um filme de ação, que comporta mil lances de aventura, suspense e, até, de terror.

Mas ninguém segura essa galera que faz cinema. E é assim mesmo. Com as dificuldades, os entraves, os perrengues. Quem tem fotograma no DNA e mede o tempo desmedindo/desmembrando/reconstruindo/desconstruindo em frames, sabe a dor e a delícia que há na produção de um filme. O making of das horas gastas/ganhas nesta labuta é um prazer que nenhum sucesso de bilheteria consegue mensurar.

E seguem filmando, entre criar os filhos, tomar uma cerveja, encarar outros trabalhos que dão mais grana do que tesão. Paciência. É preciso viver, sobreviver, cavar o pão e usar os obstáculos como trampolim para os grandes voos.

Um voo como este, da OCA – Opção de Cinema da Amazônia, uns cineastas loucos ou loucos cineastas. Quem sabe se há alguma diferença? Imagine essa galera solta na maior floresta do mundo (não tão grande quanto a ambição que desperta no resto do mundo) e temos uma Roliúdi bem aqui ao alcance de nossas antenas parabólicas e olhares tridimensionais.

Esse pessoal abençoadamente estranho que faz cinema está tramando novos planos e botando a imaginação na mira dos holofotes. A OCA se meteu a rodar o filme Com a boca na botija. O pessoal todo encarando esse desafio com muita alma, suor, talento, sentido de equipe e doação individual. Eis a receita. Daí sairá um longa-metragem, o primeiro feito por estas bandas com um faro técnico mais apurado.

Vamos a uma pitada do roteiro, para aguçar a curiosidade: os rapazes de uma pequena cidade do interior do Amapá migram para a cidade grande, atrás de emprego e melhores perspectivas. É aí que entra o engenho dos pais das mocinhas que ficaram. Elas estão em idade de casar e é preciso usar de astúcia para atrair os rapazes e garantir um bom partido para as filhas.

O enredo completo você vai conferir quando setembro chegar, trazendo a primavera da sétima arte para os nossos quadrantes. Os autores dessa façanha são o Joni Bigoo e uma equipe que encara essas e outras, no afã de escrever seus nomes nos créditos.

Mais uma missão quase impossível (seria impossível se não tivesse paixão) e o resto quem vai contar é a História. O sucesso é o único recurso quando você é pego Com a boca na botija. Em 3D, blu-ray e o que rolar.

Com a boca na botija
Uma produção OCA – Opção de Cinema da Amazônia

Direção: Joni Bigoo
Roteiro: Vald’Eni Silva
Produção executiva: Rita Cassia

Elenco:
Alex Hyacienth
Thaís Almeida
Dan Alves
Livaldo Rocha
Rechene Amin
e Silvio Guedes

Participações especiais de outros artistas do Amapá :

Assistência de direção: Etiene Mazze
Direção de fotografia: João Pantoja
Direção musical: Jota Mambembe
Músicas: Os Cabuçus, Nivito Guedes, Zé Miguel, João Batera e Jota Mambembe

Técnicos:
Amadeu Lobato
Rafael Decaro
Etnan Duarte
Edu Costa
Edrian Laser
Marina Farias
Hedvaldo Silva
Edberto Silva
Sebastian Campos

Apoio:
Companhia de Teatro de Arena – Ciata
Companhia de Teatro Oi Nóiz Aki
Cooperativa de Artistas, Produtores e Técnicos em Teatro do Amapá – Captta
Teatribo Expressões Artísticas

Obra realizada com apoio do Crédito Cultural AFAP e empresas que apoiam a cultura no Amapá.

Novas sessões do CINEMA PELA VERDADE em MACAPÁ


DIAS 23 e 24 no auditório da UEAP Campus I às 19h CINEMA PELA VERDADE! 

::: DIA 23 com o filme, MARIGHELLA.

Traz uma tentativa de resgate da história do tio de Isa, a diretora do filme, que era sobrinha do guerrilheiro Carlos Marighella, um dos mais procurados pela polícia no período da ditadura do Brasil, por liderar um grupo de comunistas que enfrentavam o governo e realizavam manifestações para desfazer o regime. Dotado de uma linguagem poética, mas sem perder o quê político o filme faz com que o espectador sinta a necessidade de conhecer o “tio” Marighella. Professores do curso de direito conduzirão o debate após o filme a cerca dos direitos humanos e de outros eixos temáticos que o filme possui. Como a tortura aos considerados subversivos era inevitável no período, esta será outra pauta durante o debate que terá a professora de psicologia, Adriana Ribeiro.

::: DIA 24 com o filme EU ME LEMBRO

Exibido no Festival Internacional do Rio de Janeiro de 2012. Documentário acompanhou cinco anos dos trabalhos das Caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória e verdade e justiça por meio de imagens de arquivo e entrevistas. O filme será exibido no dia 17 de junho.

Paixões platônicas e cinematográficas

Por FRED FAGUNDES

Quem nunca saiu do cinema suspirando? Quem nunca ficou três dias apaixonado por alguém que simplesmente não existe (não vale a Cheetara dos ThunderCats)?

Não há como achar um culpado para esse efeito. As paixões platônicas e cinematográficas são fantasias criadas por roteiristas que nós, homens, caímos. Como? Por meio de belíssimos exemplos de fêmeas humanas jovens perfeitamente problemáticas.

Coisas que nós, homens, adoramos. E mais uma vez caímos. Eu já desabei por algumas.

Essas algumas aqui.

Penny Lane (Kate Hudson) – Almost Famous (2000)

Não há como uma mulher chamada Penny Lane ser desinteressante.

A personagem ganha o filme Almoust Famous. Kate Hudson destaca-se não só pela interpretação impecável, mas também pelo modo sútil que flutua na tênue linha da egocêntrica Maria Palheta com a insegurança de alguém sem qualquer perspectiva de futuro.

Isso faz de Penny Lane tão interessante. Ela vivia.

Charlotte (Scarlett Johansson) – Lost in Translation (2003)

Não é o filme onde Scarlett Johansson aparece de modo mais acachapante.

Mas uma série de fatores faz dela uma tetéia em Lost in Translation. Fatores simples, como o cenário místico de Tóquio, o guarda-chuvas transparente, a peruca rosa, os diálogos com Bill Murray e até a solidão que a faz sofrer tanto.

Uma mulher bonita sempre fica mais bonita quando está em crise.

Andy Sachs (Anne Hathaway) – The Devil Wears Prada (2006)

Existem personagens que vão te ganhando com o passar do enredo. Aqui não.

Sou fã da Andy do início. Aquela atrapalhada, comum e até meio brega. É evidente que ela fica mais bonita com o passar da história. Mas tem horas que sinto falta daquela… – não quero usar o termo beleza comum – sei lá. Daquela verdade que existem num rosto matinal.

Acho que é isso. Enquanto mulheres se escondem quando acordam, nós procuramos a normalidade que existe atrás da maquiagem.

Claire Colburn (Kirsten Dunst) – Elizabethtown (2005)

A guria que conquista o cara.

Ah. Como é boa essa história. Foi assim em Elizabethtown, filme brilhante co-estrelado pela espetacular Kisten Dunst. Por meio de bilhetinhos, dicas e indiretas ela conquista todos. Até mesmo o espectador, claramente tocado pelo esforço da mulher no sucesso do relacionamento. Sem exageros. Apenas fazendo aquilo que o cara gosta.

Aliás, isso é algo comum em todas as mulheres listadas: a atitude. E sempre relacionada a uma verdade. Talvez seja esse, entre todas as possibilidades que a fantasia e a ficção nos proporcionam, o nosso ponto fraco. O de querer encontrar a inocência da normalidade entre tantas acusações de esteriótipos. Esse ar de quem está pouco se fodendo se perdeu com a necessidade de ter uma opinião sobre tudo. Formada ou não.

A gente não quer discutir a diferença de meme e viral ou buscar evidências para acusar o vizinho de hipster. Tem dias que a gente só quer alguém pra trocar uma ideia e tomar uma cerveja.


Summer Finn (Zooey Deschanel) – Days of Summer (2009)

Simples entender porque o pobre Tom se encanta por Summer. Ela é uma cantada em silêncio. Um drible parado. Uma provocação coberta. E todas as outras figuras de linguagem que possam exemplificar o quanto a incauta é apaixonante.

O problema é: as reações de Summer são tão maléficas ao seu coração quando um Diner do Zé do Hamburguer com fritas. Sabendo disso, você resiste. Só que por pouco tempo. Ela reaparece cantando Nancy Sinatra no karaokê e olhando no seus olhos.

Você cede. E começa tudo novo. Com maionese extra.

Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) – Inglourious Basterds (2009)

Dizem que o grande achado de Tarantino em Inglourious Basterds é Christoph Waltz.

Bobagem.

Tarantino fez bem em escalar uma francesa para fazer uma francesa. Sabe por que? Porque ela é muito francesa. Mas muito francesa. Tem coisa mais francesa que tomar um vinho em um buraco qualquer de Paris enquanto lê Leslie Charteris e segura o cigarro com a mão esquerda?

Cara. Essa guria é muito francesa.

Eu pagaria uma cerveja pra essas. Até duas.


Clube de Cinema fotograficamente apresenta, BLOW UP


BLOW UP

Thomas, um célebre fotógrafo, nada viu, apesar de ter assistido a tudo. As ampliações das fotografias inocentes que tirou dum casal a namorar num parque revelam um assassínio em curso. Ou não?
Blow Up, o incontornável filme de Michelangelo Antonioni conquistou em 1996 os prémios de Melhor Filme e Melhor Realizador da então recém-nascida National Society of Film Critics, e tornou-se num visionamento obrigatório para apreciadores da técnica de desnorteamento e intriga paranóica. Blow Up também oferece um esboço de Londres do final dos anos sessenta, com o seu amor livre, as modas vibrantes, as paixões, as festas, a lânguida coolness e a música.

DIA: 17 de Agosto
HORA: 18h30
LOCAL: Espaço CAOS (Av. Procópio Rola, 1572 – Santa Rita, entre Professor Tostes e Manoel Eudóxio.)
ENTRADA FRANCA!

Hoje rola Cinema Proibido, na Biblioteca Elcy Lacerda


O CINEMA PROIBIDO, realização cineclubista do Grupo Beija-Flor, traz dessa vez um filme sobre a maior epidemia infantil da história: a obesidade.

SINOPSE

“Imagine um mundo em que crianças de oito anos têm doenças como pressão alta, colesterol alto, diabetes tipo 2… Imagine também que estas crianças estão por toda a parte, desde metrópoles gigantescas e movimentadas até cidades no interior de florestas, cercada por rios. Este mundo existe e se chama Brasil.

Muito Além do Peso é um documentário em que vemos uma moça percorrendo diversas partes do Brasil e entrevistando famílias sobre seus hábitos alimentares. E o que descobrimos é alarmante: replicando um movimento que já ocorreu e continua a ocorrer nos Estados Unidos da América, o Brasil caminha a passos largos para uma população obesa e sedentária. Nas palavras (não exatas, escritas aqui pelo que lembro) de um dos entrevistados, “a geração dos nossos filhos está destinada a viver menos que a nossa”.

Por que isto acontece? É por esse caminho que o documentário vai, ao destrinchar a vida de cada uma das crianças entrevistadas, seus hábitos diários e as características do que consomem, tanto em alimentação quanto em cultura. A alimentação desregrada e pautada por muito açúcar, carboidratos e alimentos processados é um culpado logo descoberto. Mas há mais por trás disso.

O documentário questiona a forte presença de personagens e motivos infantis na publicidade de alimentos prejudiciais à saúde. Vemos, através dos depoimentos das crianças, a forte influência que essa publicidade exerce sobre elas, bem como a falta de informações e discernimento para resistir a esta influência. O ponto de vista de um responsável por uma associação de publicitários é colocado como contraponto, mas não convence. O problema da publicidade infantil associada a estes produtos fica claro.

Outro ponto abordado é a dificuldade, nos dias de hoje, de se conciliar a vida moderna e corrida de um adulto com o acompanhamento dos seus filhos e, principalmente, de sua alimentação e seu nível de atividade física. Fica claro que o problema é muito mais complexo do que à primeira vista. Recomendado para abrir os olhos.”

Amanhã, Clube de Cinema exibe filme MUTUM


Da obra “Campo Grande” de Guimarães Rosa. Mutum quer dizer mudo. Mutum é uma ave negra que só canta à noite. E Mutum é também o nome de um lugar isolado no sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago e sua família. Thiago tem dez anos e é um menino diferente dos outros. É através do seu olhar que enxergamos o mundo nebuloso dos adultos, com suas traições, violências e silêncios. Ao lado de Felipe, seu irmão e único amigo, Thiago será confrontado com este mundo, descobrindo-o ao mesmo tempo em que terá de aprender a deixá-lo.

DIA: 03 de Agosto
HORA: 18h30
LOCAL: Espaço CAOS (Av. Procópio Rola, 1572 – Santa Rita, entre Professor Tostes e Manoel Eudóxio.)
ENTRADA FRANCA

O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULAIN


Amélie (Audrey Tautou) vive em Paris, em seu mundinho particular. Trabalha como garçonete em um pequeno café e mora em um apartamento alugado onde vive suas fantasias. Porém, sua vida sofre uma transformação radical no dia em que descobre, em seu apartamento, uma antiga caixa cheia de objetos infantis. Empolgada, assume a missão de encontrar seu dono e essa jornada irá conduzi-la a um mundo totalmente novo,excitante, cheio de aventuras e esperança. Quando encontra o dono desses objetos, Amélie descobre um novo objetivo para sua vida: fazer as pessoas felizes através de pequenos gestos. Uma linda história… com algo a mais.

Trailer: 


DIA: 20 de Julho (Sábadão)
HORA: 18h30
LOCAL: Espaço Caos. AV. Procópio Rola, 1572. Entre Prof. Tostes e Manuel Eudóxio. Próximo ao Campus II da UEAP (antigo Colégio Vega).
ENTRADA FRANCA
Classificação indicativa 14 anos.
Texto: Rodrigo Aquieles

Escolha uma vida

Escolha uma vida, escolha um emprego. Escolha uma carreira, escolha uma família. Escolha uma televisão grande, máquina de lavar, carros, CD player, abridor de lata elétrico. Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha prestações fixas para pagar. Escolha uma casa. Ter amigos. Escolha roupas e acessórios. Escolha um terno feito do melhor tecido. Se masturbar domingo de manhã pensando na vida. Sentar no sofá e ficar vendo televisão. Comer um monte de porcarias. Escolha uma família e se envergonhar de filhos egoístas, que pôs no mundo para substituí-lo. Escolha uma vida. Escolha uma vida.”Mark Renton (Tranispontting)

Hoje o Clube de Cinema exibe o filme PSICOSE


PSICOSE

Hitchcock criou um estilo de capaz de prender o público – que se deixava fascinar – nas suas tramas, delicadamente urdidas e soberbamente dirigidas. Nesse filme em que o psicopata Norman Bates (Anthony Perkins) isola-se num pequeno hotel de beira de estrada para curtir seu complexo de Édipo, encontram-se todas as virtudes que consagrariam o diretor inglês como o mestre do suspense.

DIA: 06 de Julho (sábado)
HORA: 18h30
LOCAL: Espaço Caos. AV. Procópio Rola, 1572. Entre Prof. Tostes e Manuel Eudóxio. Próximo ao Campus II da UEAP (antigo Colégio Vega).

ENTRADA FRANCA
Classificação 14 anos

Hoje, rola reunião do Coletivo AP Quadrinhos e exibição do filme Medo(s) do Escuro

 
Reunião quinzenal do Coletivo AP Quadrinhos. Desta vez ocorrerá a exibição do filme Medo(s) do Escuro e em seguida a realização de um debate sobre a obra.

Sinopse: seis grandes escritores e designers gráficos animaram os seus piores pesadelos. Suas histórias interligadas formam uma única pintura, onde fobias, repulsas e sonhos despertam para a vida.

Classificação: 16 anos.
Duração: 85 minutos (1 hora e 25 minutos)
Título original: Peur(s) du Noir
País de origem: FRANÇA
Ano: 2007
ENTRADA FRANCA

Fonte: http://eusoudonorte.blogspot.com.br/