Música de agora: Vaca Profana – Gal Costa (canção de Caetano Veloso)

Vaca Profana – Gal Costa (canção de Caetano Veloso)

Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Escrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada…
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Segue a “movida madrileña”
Também te mata Barcelona
Napoli, pino, pi, pau, punks
Picassos movem-se por londres
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horiz…
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los “puretas”

Quero que pinte um amor Bethânia
Stevie Wonder, andaluz
Mas do que tive em tel aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo thelonius monk`s blues
Mas em composição cubista
Meu mundo thelonius monk`s…
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas

Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São paulo é como o mundo todo
No mundo, um grande amor perdi
Caretas de paris e new york
Sem mágoas, estamos aí
Caretas de paris e new york
Sem mágoas estamos a…
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca das divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas

Mas eu também sei ser careta
De perto, ninguém é normal
Às vezes, segue em linha reta
A vida, que é “meu bem, meu mal”
No mais, as “ramblas” do planeta
“orchta de chufa, si us plau”
No mais, as “ramblas” do planeta
“orchta de chufa, si us…
Ê, ê, ê, ê, ê,
Deusa de assombrosas tetas
Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas…

 

Música de agora: Resposta Ao Tempo – Nana Caymmi (composição de Aldir Blanc)

Resposta Ao Tempo – Nana Caymmi (composição de Aldir Blanc)

Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro, sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer

Música de agora: Ciranda da Bailarina – Chico Buarque.

Ciranda da Bailarina – Chico Buarque

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem

Música de agora: Capitão De Indústria – Os Paralamas do Sucesso

Capitão De Indústria – Os Paralamas do Sucesso

Eu às vezes fico a pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei

Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Ah, Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar

Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça
Que passa e polui o ar
Eu nada sei
Eu nao vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas

Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Ah, Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar

Música de agora: Geleira do Tempo – Planeta Amapari (Zé Miguel, Val Milhomem e Joãozinho Gomes)

Geleira do Tempo – Zé Miguel, Val Milhomem e Joãozinho Gomes

Minha gente de Andaluzia bonita
Sabe quem nos espera lá fora?
O tempo
E se a gente não for na geleira do tempo
Como vamos voltar nossa história?
O Rio vai pro mar
E o mar vai pra todo o planeta
Que vai terminar justamente onde tudo começa
O bom de chegar ao início da nossa existência
É ter que arrumar os arquivos da própria memória
Quem vai dizer que não somos herdeiros de um grande amor
Se contarmos a história desse lugar
Quem vai dizer
Quem vai querer falar
Preto velho apanhou vida inteira pra fazer fortaleza
Indio velho apanhou vida inteira pra fazer fortaleza
Fazer fortaleza, fazer fortaleza, fazer fortaleza

Música de agora: Formigueiro – Val Milhomem

Formigueiro – Val Milhomem

Amanheceu vento que me embala

Sou formiga que trabalha

Sou de fogo, sim

O sol nasceu bateu na minha cara

Não espero a cigarra

Vir cantar pra mim

Vou fazendo o meu destino

Eu não paro não senhor

O meu reino é um ninho

Onde não impera a dor

Vou atravessando o tempo

Sem temer o temporal

São José tá sempre atento

No portão do meu quintal

Meu coração é um formigueiro

É moleque é corriqueiro

É tempero de sabor

Um batuqueiro que não cansa de folia

Afluente de alegria

É um reino sedutor

Música de agora: Planeta Amapari – (Joãozinho Gomes, Val Milhomem e Zé Miguel)

Planeta Amapari – (Joãozinho Gomes, Val Milhomem e Zé Miguel).

Somos filhos dessa terra
E também dessas estrelas
Do infinito e da floresta
Da nação que se constela
Somos o que está em deus
Somos o que esteve aqui
Antes chegarem os teus (anhangá)
Antes de ti

Somos seres de um cometa
Há mil anos luz daqui
Mas no meio do planeta
Somos índios waiãpi
Nossa nave é uma canoa
Feita de cedro e ananim
Navegando o rio onça
Por galáxias sem fim

Procurando vida nova
No planeta amapari
Através da via-láctea
Desse canto curumim

Somos cidadãos do mundo
Meio et, meio tupi
Marcianos de arco e flecha
Astronautas waiãpi

Música de agora: Mão de Couro – Grupo Senzalas – Versão: Patrícia Bastos (composição de Val Milhomem/Joãozinho Gomes)

Mão de Couro – Grupo Senzalas – Versão: Patrícia Bastos (composição de Val Milhomem/Joãozinho Gomes)

Me convidaram pra ir a uma festa em Curiau
Eu levei meu amor pra ver aquelas estrelas
Foi num batuque, seu moço eu lhe conto
Foi um zunzunzum
Uma mão de couro de levantar poeira

E quando fui chegando
Eu vi violeta cantando
Areia

Me chamaram pra dança, eu fui
Não podia perder
Eu peguei meu amor e dancei Batuque pra valer
Só fui parar quando o dia raiou, e parei sem querer
Apaixonada peguei no tambor ao amanhecer
Natalina falou: Gengibirra não é mole, não!
Natalina falou: Gengibirra não é mole, não!
Se o nego beber demais vai fazer zueira
Se perde pelo salão e adeus brincadeira

Eu vou, eu vou
Vou batendo o meu tambor
Tum, tum, tum, tum, tum, tum, tum, tum

Eu vou, eu vou
Vou batendo o meu tambor
Tum, tum, tum, tum, tum, tum, tum, tum

Música de agora: São Benedito Bendito – (composição de Zé Miguel e Joãozinho Gomes) – Patrícia Bastos

São Benedito Bendito – (composição de Zé Miguel e Joãozinho Gomes) – Patrícia Bastos

Pelas horas que são Benedito
Pela a nossa missão Benedito
Pela a nossa nação Benedito
Ouça a nossa oração Benedito

Dê a nós atenção Benedito
Faça a nossa intenção Benedito
Ouça a nossa canção Benedito
Abra a nossa expansão Benedito

São Benedito bendito
Bendito São Benedito…

Nos livrai d’aflição Benedito
Dai-nos inspiração Benedito
Nos enchei de afeição Benedito
Nossa abolição Benedito

Eis a nossa expressão Benedito
Baque do coração Benedito
Choro de emoção Benedito
Toque de percussão Benedito

Música de agora: PRAS MINHAS PAIXÕES (composição de Val Milhomem – Interpretação: Patrícia Bastos)

PRAS MINHAS PAIXÕES (composição de Val Milhomem – Interpretação: Patrícia Bastos)

Não xingue o meu coração
Que ele é assim mesmo
Tá ligado nesse penar
Solitário anda a esmo
Vive sonhando demais
Faz de conta que não sente
Que o horizonte do teu olhar
Ficou diferente

Quem mandou você migar
Pra dentro de mim
Pras minhas paixões?
Desviar o meu olhar
Pros rumos da lá, pra dentro de ti?

Quem mandou você fugir
Por medo de amar
As minhas razões?
Curiaú não é no sul,
Tá dentro de mim, no meu negro olhar
Na minha solidão…

Música de agora: Mei Mei- Canção de Joãozinho Gomes & Val Milhomem (na voz de Patrícia Bastos)

Mei Mei- Canção de Joãozinho Gomes & Val Milhomem (na voz de Patrícia Bastos)

Mei mei
Cantastes alto o guarani
Ao sol nascente do Japão
Eu no saquê, nô, cabuqui,
Mambembando
Mei mei
Ouça isso aqui no seu buquê
Me deixe ler a sua mão
Eu vejo um céu a lhe cobrir – nosso circo
Mei mei
Eu vejo estrelas e sais pingando aqui
Bonsai sinalizando além
Um picadeiro imenso
Mei mei
Cantastes alto o guarani
Ao sol nascente do Japão
Eu um caqui ao seu beque
Em meu maculelê
Eu nunca quis buscar o que
Imaculasse você
Eu nunca quis haraquiri
Eu só quis lhe querer
Armei a lona da cor do seu vestido
Eu sei, a prima-dona, nissei
É domadora de você
O circo chegou
Vamos todos lá ver a tal mulher
Transforma-se em flor
O circo chegou
Vamos todos lá ver a tal mulher
Malabarista flor

Música de agora: U Amassu I U Dubradú – Patrícia Bastos

U Amassu I U Dubradú – Patrícia Bastos

Ouça U Amassu I U Dubrad…

U primeiro mé chegú
Cumo quem qué africar
Troxe dois baita tambú
Lá dé Mazagão dé lá
Donde tudo cumeçú
Ante dé nós cumeçá
Mé jurú eterno amur
Sé punhú-sé a batucá

I fui tanto du quitum
I quitum i tracatá
Qué a floresta sé calú
Num sé ouvia um sabiá
Jiripoca num piú
Galo deixú dé cantá
Só sé ouvia u tá quitum
I quitum i tracatá

U segundo mé chegú
Cumo quem vem saqueá
Num porrudo dum motô
Batelão dé alto mar
Num pediu u meu amur
Puis pudia mé tumá
Só que num nasci fulô

Pra impostú dispetalá
Era nuite dé tambú
Mão dé coiro au luá
Labisonho mé assustú
Mé sculheu pru seu jantá
Gengibirra mé sarvú
Fez u macho imbriagá
Nu calú du tá quitum

I quitum e tracatá
Su devota dé São José
Lá de bêra du rio-mar
Onde cristo lavú os pé
Quando veio mé batizá
Tive sorte nasci mulhé
Num recanto du Amapá
I nasci pra sorri cantá sorri
Cantá cantá amar cantá
Cantá

U terceiro mé chegú
Muito ante d’eu chega
Este-um só m’infeitú
Cum ané i cum cocá
Mé deu broche dé bambú
Mé incheu de acanetá
Sé assustu-sé cuns tambú
Mas comigo fui dança

Incantú-se cum quitum
I quitum i tracatá
Quando u dia clariú
Sé arvorú me namurá
Mé pintú de urucú
Quis comigo sé casá
Nu imbalo du quitum
I quitum e tracatá

Já u quarto mé chegú
Vindo lá dé Macapá
Trouxe um ramo dé fulô
Chuculate i guaraná
-que caboco sedutú!-
Se assanhú pra mé bejá

Disse que eu tenho jambu
Nu meu beço de alguidá
Mas num su dé qualque um
Cuidei logo dé avisá
Lhé mandei tumá cupu

Açu mesmo é meu sonhá
Incuntrá u meu amur
I cum ele m’incantá
Nu cumpasso du quitum
I quitum e tracatá

Música de agora: Eu Sou Caboca – Patrícia Bastos

Eu Sou Caboca – Patrícia Bastos

Eu Sou Caboca

Eu sou caboca
Não meto a mão em cumbuca
Não marco tucá
Sou nenhum pouco maluca
Nunca fui louca
Só que eu nasci mameluca
Amo a maloca

Onde meu povo batuca
Onde meu povo bituca
Onde meu povo naná
Onde meu povo mandelá
Estarei lá!

Eu sou caboca
A minha voz não caduca
Não fica rouca
Dá troco a quem me cutuca
Nunca fui oca
Trago esse mundo na cuca
Amo a maloca

Onde meu rio tijuca
Onde meu rio pororoca
Onde meu araguari
Onde meu rio marabaixo
Tenho que ir!

Eu sou caboca
Todo tambor me batuca
Adoço a boca
De quem me beijar a nuca
Nunca fui mouca
Nada daqui me embatuca
Amo a maloca

Onde meu povo ticuna
Onde meu povo turuna
Onde meu povo tupi
Onde meu povo reúne
Eu raoni!

Música de agora: Pólvora e Fogo – Patrícia Bastos

Pólvora e Fogo – Patrícia Bastos

Patrícia Bastos e Sideral
Se você pegar na minha mão
a gente pode dar a volta ao mundo
Visitar a Grécia, conhecer o Japão

Se encostar a tua boca em minha boca
e me beijar profundo
vamos ver estrelas, andar em plutão

(refrão)
É pólvora e fogo
a nossa paixão
pura combustão..
Somos como abelha e flor
resulta em mel
milagres do amor