Égua-moleque-tu-é-doido: Professor universitário vai parar na delegacia após intervenção LGBT

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O professor universitário Nycolas Albuquerque, de 35 anos, foi conduzido para a delegacia pela Polícia Militar (PM) após uma intervenção artística na rotatória do entorno do Monumento Marco Zero do Equador, na Zona Sul de Macapá. A arte teria incomodado uma pessoa que passava pelo local, que acionou a polícia, segundo o Boletim de Ocorrências (BO). O caso ocorreu na tarde desta sexta-feira (14).

Albuquerque foi liberado depois de prestar informações ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval, na Zona Norte de Macapá. Para o delegado Leandro Totino, a pintura não configura crime por se tratar de uma intervenção artonda11ística e não pichação.

Segundo o professor, a revolta da mulher que passava pelo local pode ter ocorrido pelas palavras escritas no asfalto e o uso das cores do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT).

“A minha proposta era pintar o asfalto da rotatória de várias cores do movimento LGBT para trazer em xeque as questões das mulheres, homossexuais e negros, colocando Macapá como centro do debate. Mas uma pessoa passou e achou que estávamos denegrindo a imagem do estado e ficou muito incomodada com as palavras. O nome da obra é ‘Cu do Mundo’. Ela ficou indignada porque a gente tocou nesse assunto”, falou o professor.

Para Albuquerque, o caso tomou proporções maiores por causa de preconceito. A intervenção fez parte do “Corpus Urbis”, evento que busca promover a troca de experiência entre artistas de todo o país.onda111

“No lugar que eu fiz a intervenção estava preto, mas em nenhum momento alguém chamou a polícia para processar o estado por desgaste de patrimônio público. Mas o que incomodou foram as cores e as palavras. Existiu um preconceito. A mulher defendeu valores morais que pertencem a ela. Os valores éticos são da sociedade. A arte hoje em dia não está mais para entreter as pessoas, mas para mobilizar e modificar a sociedade”, completou Nycolas Albuquerque.

Segundo o delegado Leandro Totino, “as expressões não constituem crimes” pela Lei de Crime Ambiental.

“Ele é liberado porque as expressões artísticas não constituem crimes. O caso fez parte de um evento. Não existe configuração de nenhum crime mesmo sendo em patrimônio particular ou público”, falou Leandro Totino.

Fonte: G1 Amapá

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