Imprensa Retrô 2013


A velha imprensa ficou perdidinha com os protestos de junho. Chamou manifestante de vândalo, depois elogiou a polícia, depois mudou o discurso total. Vinagre na mão de jornalista virou arma e deu cadeia. Bala de borracha doeu no olho e na alma. Os ninjas mostraram do asfalto o que a Globo tentou mostrar do helicóptero. 

As redes sociais pautaram a imprensa. E tudo isso reforçou a questão: qual o futuro do jornalismo? A audiência em queda do Jornal Nacional passou a ser exibida em HD. Bento 16 sacaneou a Ilze, ao renunciar bem nas férias da setorista papal. 

O El País chegou ao País. A Abril “descontinuou” várias revistas, como a Bravo!. Empresas de comunicação “descontinuaram” o emprego de jornalistas em todo o Brasil. Os bravos do Diário do Pará cruzaram os braços por mais dignidade. 

O pessoal da EBC também parou. Jornalista faz greve, sim. Pimenta Neves – que medo – passou a andar solto por aí. A Vejinha precisou provar que o Rei do Camarote não era pegadinha do Mallandro. 

O Fantástico trocou uma Renata por outra. A imprensa começou o ano babando ovo pro Eike e acabou o ano jogando ovo no Eike. O Globo, com meio século de atraso, admitiu que o apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro. 

Marcelo Rezende coçou o saco ao vivo no Cidade Alerta. A Poeta, com pressa de ver a novela, se levantou da bancada antes da hora. O Tralli chamou o Cheirão de Chorão, ops!, chamou o Chorão de Cheirão. E o Lobão virou colunista da Veja, o que torna o debate sobre o futuro do jornalismo ainda mais urgente, porque o bagulho ficou ainda mais foda.


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