Moedas e Curiosidades: “A República de Weimar” – Por @SMITHJUDOTEAM

Por José Ricardo Smith

Outro belo e curioso item de minha coleção, é essa moeda de 5 Reichmark de prata 900, com 13,8 g de peso e 29 mm de diâmetro, uma homenagem do III Reich ao ex-presidente alemão Hindenburg, que nomeou o líder nazista Adolf Hitler como chanceler da Alemanha.

Paul Ludwing Hans Anton von Beneckendorff und von Hindenburg (Posnan, 2 de outubro de 1847 – Neudeck, 2 de agosto de 1934) foi um militar alemão que comandou o exército imperial alemão durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente serviu como presidente da República de Weimar de 1925 até sua morte.

A vida de Hindenburg foi sempre banhada pela tradição militar prussiana. Seu pai havia sido um oficial prussiano e o próprio Hindenburg, com 19 anos, lutou na Guerra das Sete Semanas contra a Áustria e mais tarde, na Guerra Franco-Prussiana. Foi finalmente promovido ao posto de general antes de se retirar da carreira militar em 1911.

No entanto, foi na Primeira Guerra Mundial que Hindenburg viria a ser uma figura proeminente nacionalmente. Foi convocado para ser o lugar tenente do major-general Erich Ludendorff, um eminente estrategista militar. Ludendorff havia sido bem-sucedido em expulsar os invasores russos da Prússia Oriental – porém o crédito dessa façanha foi atribuído a Hindenburg.

Monarquista apreciador de regimes autoritários, Hindenburg não obstante assumiu as rédeas de um governo republicano pós-guerra, a República de Weimar (1919-1933). Temeroso das tensões sociais lideradas tanto pelas correntes de esquerda, quanto dos extremistas de direita, e a luz da depressão e dos duros termos do Tratado de Versalhes que exigia pesadas reparações da Alemanha, Hindenburg autorizou seu chanceler, Heinrich Bruning, a dissolver o Reichstag (parlamento) e convocar novas eleições. Essas novas eleições fizeram o Partido Nazista passar a ser o segundo maior partido no Reichstag.

Reeleito presidente em 1932, Hindenburg já tinha perdido o apoio de muitos dos elementos mais conservadores de seu governo, que se bandearam para o partido de Hitler. Após uma sucessão de chanceleres ineficientes em reverter o declínio acentuado da economia germânica, e recebendo pressão de vários setores social-democratas, acabou por nomear Hitler como chanceler da Alemanha. Hindenburg nunca foi um ardente defensor de Hitler, mas pouco fez para deter e impedir as ações de Hitler, quando começou a empregar táticas de terror em seu caminho para consolidar o poder dos nazistas.

Quando Hindenburg morreu, era ainda uma respeitada figura nacional. Foi enterrado ao lado de sua mulher em Tennenberg, o lugar da grande vitória contra os russos durante a Primeira Guerra Mundial.

* José Ricardo Smith é professor e numismático.

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