Poema de hoje: Gente que nasce Poesia

gente que nasce drible
um drible parado
vive dois segundos a frente do tempo
resta-nos o chão; sobram devaneios

gente que nasce ímpeto
que goza rastro de desejo ao caminhar
espreguiça-se de olhos fechados ao acordar
e não perdura vontades por muito tempo – pratica

gente que nasce samba
que sabe que samba se faz com tristeza
mas dança e faz amor até mais tarde
e não sabe como ficar triste assim

tem gente também que nasce tudo isso
gente sem cautela no amor
gente que saboreia

essa gente que nasce poesia.

Fred Fagundes, autor do “Quem Matou a Tangerina?“. Twitter: @fagundes.

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