Pratos e Vinhos, Mitos e Verdades

                                                                              Por José Marques Jardim

Você já deve ter ouvido falar por aí, mesmo não sendo um profundo conhecedor do assunto, que vinhos de coloração tinta, só podem ser servidos com carne vermelha, e que os brancos só vão bem com carne branca. Já ouviu? Pois é. Em parte a afirmação é verdadeira, mas nem sempre. Hoje vamos desmistificar um pouco esta máxima que tenta impor uma “ditadura” à degustação.

Inicialmente consideremos que pratos de sabor mais forte, necessitam sim, de um vinho mais encorpado. Explico: é que o sabor da iguaria não deve anular o paladar do vinho, o mesmo acontece ao contrário. Tem que haver equilíbrio, por isso, a combinação entre vinhos e culinária é conhecida como harmonização. Um não deve ofuscar o outro. Tudo tem que ser prazeroso e agradável.
Pense num vinho potente sendo degustado com um prato leve. O sabor dele “massacraria” o prato, pois se sobressairia. Ao contrário é a mesma coisa. Então, entendemos aí, o princípio da coisa, não entendemos?
Pois bem, no entanto, esta teoria tem desdobramentos. Chamemos de desmistificação, por um detalhe, a forma como o prato é preparado influi totalmente no resultado da harmonização. Vamos ter por primeiro exemplo a carne branca. Um frango assado (estamos falando de culinária viu gente…) ou ensopado pode ser apresentado a um tinto, desde que esse tinto tenha suavidade. Isso também serve para os peixes. Vou dar como exemplo o bacalhau, um peixe gorduroso, que pode ser servido com um branco encorpado (para compensar o sabor predominante) ou um tinto leve (pois os tintos geralmente têm mais presença de sabor).

Indico um Chablis, Sauvignon Blanc, Chardonnay. Vinho rosé nunca. Entre os tintos um Pinot Noir ou um Chianti.

No caso da carne vermelha, o processo é o mesmo. As propriedades do prato devem ser assemelhadas ao paladar do vinho. Para as menos encorpadas, um bom branco é o Riesling; já para as de sabor mais tenro um Pouilly Fumé, Chening Blanc. Entre os tintos, para carnes menos fortes indico um Beaujolais ou um Pinot Noir. Carnes fortes vão bem com um Merlot ou Zinfandel. Então, bon appetit.

Tin Tin, Carpe Diem e até a próxima!

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