Projeto Semear: agroextrativistas do Bailique aprendem técnicas de beneficiamento de sementes


Técnicas de beneficiamento de sementes florestais, treinamento em arvorismo para colheita de sementes, primeiros socorros e segurança no trabalho, e instruções sobre os padrões para obter certificação florestal da FSC (Conselho Internacional de Manejo Florestal) fizeram parte do II Curso de Manejo de Sementes Florestais, realizado na comunidade Arraiol do Bailique, nos dias 25 e 26 de maio deste ano. A capacitação foi dirigida a agroextrativistas e estudantes do curso pós-médio em Alimentos do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) Agrobiodiversidade do Bailique, vinculados ao projeto Semear, executado com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva de sementes e mudas no Viveiro Florestal do Bailique, distrito do município de Macapá (AP). O projeto é financiado pela Embrapa e Ministério do Meio Ambiente (MMA).

A finalidade do curso foi capacitar os participantes para a produção de sementes florestais de qualidade, com segurança no trabalho, esclarecer sobre princípios e critérios da certificação florestal, e habilitar para a produção de sementes florestais através do cadastramento dos coletores e de suas áreas de coleta junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As espécies florestais de trabalho são açaí (nativo e temporão), andiroba, pau mulato, cedro, ucuuba, buriti, cacau, cupuaçu, taperebá, seringa, pracaxi e murumuru, todas abundantes no arquipélago do Bailique.

A programação constou de apresentações no centro comunitário do Arraiol do Bailique e instruções práticas nas ACs (Áreas de Coletas de Sementes). Líder do Projeto Semear, a pesquisadora Ana Euler, da Embrapa Amapá, ressaltou que esta etapa de treinamento significa mais um passo para consolidar produtos como o Guia de Produção de Sementes, o Calendário de Produção Agrícola e Florestal da Comunidade do Arraiol, e o Caderno do Coletor de Sementes. “Neste mês (junho) iremos cadastrar os coletores vinculados e a Área de Coleta de Sementes Florestais Selecionadas (ACSFS) no Mapa, ao mesmo tempo em que a comunidade vai solicitar ao Imaflora a certificação FSC da produção de sementes e mudas, e fecharemos o Plano de Negócios e Comunicação para o Mercado, também previsto no Projeto Semear. Os desafios são muitos, mas certamente existem novos instrumentos e oportunidades”, completou a coordenadora do II Curso de Manejo de Sementes Florestais. O analista Tiago Rusin, do Ministério do Meio Ambiente, além de monitorar a execução do Projeto Semear in loco, acompanhou toda a programação do curso.

O grupo de instrutores contou com a engenheira florestal Fatima Piña-Rodrigues, professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar_Sorocaba). Doutora em Ecologia, ela é uma das referências em produção de sementes e mudas florestais. Também atua na transformação da pesquisa em políticas públicas, tendo contribuído para a formulação das Instruções Normativas 04/98 do IBAMA sobre manejo florestal comunitário, nas resoluções SMA nº 47/2003 e nº 08/2008 sobre restauração de áreas degradadas, SMA nº 66/2008, todas no estado de São Paulo e no Decreto nº 5.153/2003, IN-26/12 e IN-56/12 do Mapa que tratam da produção e comercialização de sementes e mudas florestais. Para conduzir o treinamento do arvorismo, técnica que consiste em subida em árvores altas com a utilização de materiais de escalada como corda, ascender, cadeirinha baldrier, freio oito, capacete, mosquetão, e outros, a organização do curso contou com o assistente do campo experimental da Embrapa em Mazagão, Manoel Jonas de Jesus Viana; enquanto nas técnicas de primeiros socorros e prevenção de acidentes nas ACSs atuou o sargento Jarbas Tavares Pinheiro, do 4º GBM – Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, sediado em Fazendinha (distrito de Macapá). O curso encerra a etapa de preparação dos agroextrativistas para a produção de sementes e mudas de qualidade, provenientes do Bailique. “Esses insumos são indispensáveis para atividades de revegetação de áreas degradadas e plantios florestais comerciais”, destacou a pesquisadora da Embrapa.

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Macapá/AP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *