Seminário apresenta resultados de pesquisas com florestas de várzea


A Embrapa Amapá realiza, de 3 a 5 de dezembro deste ano, no auditório da instituição de pesquisa, o III Seminário do Projeto Florestam, uma pesquisa que tem como objetivo identificar a ecologia, formas de uso pelos ribeirinhos, estoques de madeira e produtos não-madeireiros encontrados no estuário amazônico. Os objetivos do seminário são apresentar palestras de referência sobre temáticas importantes para o estuário amazônico, buscando integração com outros grupos de pesquisas que estudam ecossistemas de várzeas, discutir resultados e a continuidade do Projeto Florestam, e discutir sobre a cadeia, valor e demandas de fomento ao setor de madeira de várzea. O público alvo do evento é formado de pesquisadores, estudantes, técnicos e gestores ligados à área florestal.

O Projeto Florestam foi iniciado em 2010 e está sendo encerrado neste ano de 2013. De acordo com o pesquisador Marcelino Carneiro Guedes, coordenador da pesquisa e do seminário, durante este período de três anos de estudos, foi feito um grande esforço para conhecimento das características químicas e físicos dos solos e a dinâmica das marés, que nunca tinham sido estudados em profundidade nessa região. “A equipe conseguiu avançar também em estudos sobre o estoque disponível e técnicas de manejo florestal, principalmente de espécies de maior interesse econômico como o pau mulato, a pracuúba e a andiroba. Essas informações subsidiaram normas para o manejo da floresta de várzea, regulamentada recentemente por meio do Decreto Nº 3.325, de 17 de 2013, que traz a revisão de todas as normativas ligadas às atividades florestais no estado do Amapá”, acrescentou o pesquisador. A programação do III Seminário do Projeto Florestam inclui palestras de especialistas da Universidade Federal do Amapá, Universidade do Estado do Amapá, IEPA, Instituto Estadual de Florestas, Ministério Público do Amapá, Embrapa Amazônia Oriental (Pará) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). 

As atividades do Projeto Florestam são feitas em três regiões do Amapá: foz do Mazagão Velho, foz do rio Maracá e foz do rio Ajuruxi, sempre na confluência com o canal norte do rio Amazonas. Atividades voltadas ao estudo da vegetação também são realizadas nas ilhas do Estado do Pará, sempre com foco nas várzeas do estuário amazônico, que são submetidas a dois ciclos diários de cheia e vazante devido às marés oceânicas. O Projeto Florestam é desenvolvido por meio da pesquisação, buscando facilitar a construção conjunta do conhecimento e das condições necessárias para geração e assimilação das técnicas de manejo dos recursos florestais das várzeas estuarinas. “O projeto conta com a participação de várias instituições e pessoas, formando uma grande equipe de trabalho. Teve a participação de mais de 10 instituições e mais de 50 pessoas, com participação intensa de estudantes de graduação e pós graduação”, destacou Marcelino Carneiro Guedes.

No âmbito do Florestam, foram ou estão sendo desenvolvidos 15 TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso – Graduação), 7 dissertações de mestrado e 2 teses de doutorado. Muitos desses estudantes que participaram pelo Projeto Florestam foram aprovados em concurso público do Estado ou foram contratados, atualmente desenvolvendo atividades na Universidades do Amapá (Perseu Aparício, Jadson Abreu e Wegliane Campelo) e em órgãos de pesquisa, extensão rural e gestão ambiental do Estado, como o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Dayse Suellen), Secretaria Estadual de meio Ambiente (Núbia Castilho e Juliana Eveline), Instituto Estadual de Desenvolvimento Rural (Henrique Gomes), Instituto Estadual de Florestas (Madson Sousa, Mariane Santos e Alinny Silva) e Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial (Gabrielly Guabiraba). O pesquisador Marcelino Guedes ressalta que desta forma “estamos colaborando com a formação do quadro técnico do Estado e de agentes multiplicadores dos conhecimentos e técnicas de manejo da floresta de várzea, ampliando cada vez mais a teia de competências necessárias para promover o desenvolvimento das diversas realidades geográficas do Amapá a partir da conservação e uso da biodiversidade amazônica”. As palestras do III Seminário do Projet Florestam serão apresentadas sempre das 8h às 12h e das 14h às 17h30, no auditório da Embrapa Amapá.

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Embrapa Amapá 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
Macapá/AP

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