AINDA SOU EU
renasci mais forte
pra resistir ao peso da vida
que me arrasta para
os precipícios cotidianos.
retornei com as asas
que me foram arrancadas
há tempos, sem anestesia, nem nada.
retomei o que é meu por direito
e me foi tirado sem permissão,
em uma época de escuridão.
recuperei a voz
para dizer o que quero e preciso,
sem a mão que me tapava
a boca a cada grito
reinventei minhas
noites de insônia,
para ver melhor a luz do luar
redescobri meus desejos,
respeitando o tempo de cada coisa.
e ainda sou eu mesma,
com remendos na alma,
dúvidas constantes
e um quase nada
[necessário] de calma.
PAT ANDRADE