EU DONO DO CÉU
O céu deste agosto é de tal azul
que não se verá jamais
em nenhum outro agosto
em nenhum outro céu.
Um anil capaz de virar os olhos.
A modo que cega. Encandeia.
Este oceano índigo mundia
feito os olhos bipartudos
da Boiúna.
O céu parece que ferve
em ondas concentricas e daqui
da rede no pátio eu tenho
um céu que é meu. Um céu
de pergaminho azul
desenrolado
sobre mim.
Obdias Araújo