Direitos, empoderamento feminino e políticas públicas foram alguns dos assuntos debatidos na 1ª Conferência Municipal de Saúde das Mulheres. O evento, que começou no dia 29 de março, teve duração de três dias discutindo amplamente a integralidade e equidade para a saúde das mulheres. A intenção foi debater as ações e políticas existentes referentes à saúde da mulher e trazer novas propostas que incluam a temática nas conferências estadual e nacional.
Sessenta delegados foram eleitos para representar o município de Macapá na etapa estadual. Também foram escolhidas 40 propostas, entre elas a criação de um espaço para atendimento a Lésbicas, Bissexuais e Transexuais Transgenitalizadas (LBT’s), ampliação da oferta de exames e contratação de médicos especialistas. Durante o processo, sete conferências livres foram feitas nos distritos de Macapá, onde os participantes também foram ouvidos quanto à análise e diagnóstico da implementação da Política de Saúde da Mulher no Amapá.
“Sabemos que o momento não é bom para nós. A cada dia é retirado um direito nosso. Este foi um momento que deixamos as bandeira políticas de lado em prol da nossa saúde, de cada uma que se dispôs a debater nesses três dias. Estaremos na história, por sermos as mulheres que fizeram a primeira Conferência Municipal de Macapá”, disse a representante do Conselho Municipal de Saúde e coordenadora da conferência, Cleide Dias.
A presidente da conferência e secretária municipal de Saúde, Silvana Vedovelli, tratou o momento como um importante espaço de aprendizagem e respeito às diferenças. “Temos a obrigação de agradecer a cada pessoa que participou dos debates. Hoje vivemos um processo de transformação no mundo. Nas escolas, por exemplo, nossas crianças falam de gênero, coisa que não tínhamos há 31 anos. Este é o momento que a gente pode discutir as diferenças e, principalmente, a tolerância a elas. Nossas políticas para a saúde da mulher só tendem a fortalecer depois de um evento como esse”.
A coordenadora da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, Carmem Lúcia Luiz, esteve em Macapá para palestrar e coordenar os trabalhos que ocorreram nos três dias de evento. Carmem percorre todo o Brasil arrebanhando pessoas para fortalecer as propostas que serão apresentadas no evento nacional, que acontecerá em agosto, em Brasília. A primeira edição aconteceu em 1986.
Jamile Moreira
Assessora de comunicação/Semsa
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