E se… (Por Silvio Neto)

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E se o tal “golpe” der certo e a nossa democracia for por água abaixo? E se o tempo, depois de tanto tempo andando pra frente, de repente resolveu retroceder e o pesadelo dos anos de chumbo bater com seu pé pesado, revestido num coturno, em nossa porta e invadir novamente as nossa vidas? O que pode mudar em nosso cotidiano?

1743749_873222216034831_2027967290046238939_nE por falar em “Cotidiano”, será que o Chico Buarque e todos os seus “comparsas” da mesma geração voltarão a cantar os mesmos versos “subversivos” de outrora? Ou será que eles permanecerão num eterno estado de “Cálice”?

Eu, particularmente, não acredito (ou prefiro não acreditar) que o Brasil será novamente governado por uma intervenção das nossas Forças Armadas. Até porque nossas forças não estão tão bem armadas assim – basta comparar as sucatas do Exército Brasileiro com o arsenal poderoso dos traficantes do Rio de Janeiro. Se fosse só pelas armas, estes sim até poderiam governar logo de uma vez…

maxresdefaultMas caso essa intervenção militar ocorra, o que realmente pode mudar em nossas vidas? O que, de fato, nós, o povo brasileiro, iremos ganhar? Eu não consigo pensar em outra resposta senão “NADA”!

Depois das últimas eleições presidenciais de 2014, o Brasil se dividiu em duas classes que dão nojo: os “coxinhas” e os “petralhas”. Estes, defendem com unhas e dentes todo um idealismo de esquerda que funcionava muito bem nos discursos do Lula, nos tempos de suas barbas negras, mas que hoje perdeu completamente o sentido diante dessa política petista que ninguém sabe se é socialismo, neoliberalismo ou puro “corruptismo”. Já aqueles, são o mais fiel retrato do conservadorismo brasileiro disfarçado de patriotas.

images (2)A verdade é que ambos estão mais perdidos que filho de puta em Dia dos Pais, pois não enxergam a manipulação a qual são submetidos e se julgam experts em política nacional, reproduzindo sempre os mesmos discursos prontos da mídia. E aí vale tudo, de Raquel “Cheirazeda” a Jean do BBB, passando por “Bolsotário” (que agora virou “mito”). E agora basta abrir as redes sociais pra assistir ao circo de horrores (ou de idiotices).

O ano de 2016 já está chegando e eu fico apreensivo quanto ao nosso futuro. Pois se os “petralhas” ganharem a luta (“pero sin perder la ternura jamás”), continuaremos nadando numa lama pior que a da Samarco. Se os “coxinhas” saírem vitoriosos, aí é que estamos perdidos mesmo, pois nem artistas cantando músicas de protesto nós teremos, para animar nossas passeatas por mais uma “Diretas Já” daqui uns vinte anos.

caminho-do-meioPor isso, assim como Buda, eu prefiro seguir o “caminho do meio”, por já ser meio caminho andado. Vou exercer meu direito de me abster e de me abstrair desta triste e cruel realidade ilusória pela qual passa o nosso país. E se a coisa ficar mesmo feia, posso fazer que nem o Lobão, só que ao invés de ir embora pros EUA, prefiro ficar numa boa, molhando os pés no Amazonas ou voltar pro marzão azul da minha Paraíba, e ficar só comendo um peixinho frito, assistindo a banda passar, tocando coisas de amor…

*Silvio Neto é jornalista, bancário, músico e maçom.download (1)

Meu comentário: o texto, muito bem escrito, é a opinião do amigo Silvio. Já a minha é pela moralização. Sou contra o golpe militar, mas a favor do impeachment. Assim como sou a favor da cassação de Cunha e de todos os canalhas que tiram nossas esperanças de um Brasil melhor.

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