Infâmia e Jornalismo – Por @emanoelreisAP

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A utilização do Jornalismo para enaltecimento pessoal e desmonte de adversários políticos é bem antiga. Segundo historiadores, começou com o lendário imperador romano Caio Júlio César (140 a.C. a 85 a.C.) que, além de excelente general, também foi ótimo marqueteiro. Para divulgar suas conquistas e informar o povo da expansão do império (obviamente fazendo muita propaganda pessoal e alfinetando adversários), Júlio César criou a Acta Diurna, primeiro periódico com circulação regular. Tratava-se de publicação oficial do império romano, criada por César no ano 59 a.C. O jornal divulgava acontecimentos recentes do império, e noticiava, principalmente, cultura, ciência e política. Para escrevê-lo, surgiram os primeiros profissionais de jornalismo do mundo, os chamados correspondentes imperiais.

Em terra brasilis, entre os precursores do antijornalismo político destaques especiais para os jornalistas Carlos Lacerda (1914 – 1977) que, no comando do seu jornal Tribuna da Imprensa, ganhou a alcunha de Corvo, o “demolidor de presidentes”, e para David Nasser (1917 – 1980), o repórter mais famoso de seu tempo – entre os anos 1950 e os 1970. Conforme a biografia “Cobras Criadas – David Nasser e O Cruzeiro”, o jornalista era exímio manipulador de fatos, adequando-os aos interesses de suas reportagens. Para tanto, não relutava em inventar declarações e alterar a realidade somente para obter os efeitos necessários para vitamizar seus escritos. Era mais importante do que a notícia – opinião corroborada por seus companheiros de trabalho – tanto por aqueles que dele gostavam quanto pelos que o detestavam -, pelos amigos íntimos e pelos parceiros circunstanciais. Era um homem de imenso talento para escrever e com capacidade inesgotável de trabalho.

Emanoel Reis – Jornalista e Publicitário

Fonte: O Estado do Amapá

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