Peixe: o golpe do sangue novo em guelra velha

Para saber se o peixe é fresco basta dar uma olhada na guelra. Se ela estiver vermelhinha, ele está ótimo para consumo, certo? Errado. Nas principais feiras de Macapá a prática de colocar sangue de porco para enganar o consumidor é algo muito comum, além de ser um atentado à saúde pública.

Antônio Silva, de 56 anos, trabalha desde criança pescando e é enfático ao afirmar: “o peixe que chega às feiras está congelado há pelo menos seis dias. Logo, é impossível a guelra ficar com aquela coloração como se o peixe tivesse sido fisgado há poucas horas”, revela Silva.

Na Feira do Perpétuo Socorro ninguém comenta sobre o assunto, mas o litro do sangue do porco custa R$ 5. Um vendedor de peixe, que pediu para não ser identificado, informou que os feirantes começam a passar sangue na guelra a partir das 4h da manhã, antes da chegada dos clientes. “Não todos, mas a maioria faz isso. Uma lata com sangue e pincel fica bem escondidinha”, comenta o vendedor.

O detalhe é que essa prática pode levar o consumidor a contrair toxoplasmose e teníase, doenças transmitidas pelo porco.

Mas afinal, como saber se o peixe está bom para o consumo ou não?

O primeiro passo é desconfiar sempre que ver um peixe congelado com a guelra quase que escorrendo sangue ou com o sangue coagulado. Depois seguir algumas dicas como verificar se as escamas estão bem presas ao corpo, a carne também deve ser firme ao ser pressionada, não mole, os olhos devem ter um aspecto brilhante, as pupilas devem ser pretas e as córneas, transparentes.

Paulo Ronaldo Almeida

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