Bicho Incomum
Depois do depois de borrar o batom,
De esquecer as chaves e a hora
E ter os olhos molhados de Drummond,
Perdi a condução, a rima e a razão.
Aliás, Senhor, confesso:
não sei muito da elegância de um verso.
Brinco de recriar a narrativa do cotidiano
Com as palavras vadias do Jornal
Um noticiário particular fantástico!
Onde finais felizes – no esforço do contrário –
não são lá mui raros…
Sonho demais.
Acredito na efemeridade dos milagres
Vivo o hoje, mas sei olhar para trás
Com o coração enternecido da paisagem…
Bicho incomum, depois de ler um ou dois Garcias
Dei de olhar a mística do Universo!
Não comovo com o ordinário
vivo entre as estrelas e a mágica infinita
Dos excessos.
Jaci Rocha
*Publicado originalmente no blog A Lua Não Dorme.