Epifania num fim de tarde
Estas horas mornas
Onde o vento faz a curva lentamente
E o silêncio dá lugar
Ao zum zum zum do espaço
Os meninos batem bola pela rua
E a tarde cai, sem pressa de chamar a lua…
Estas noites cálidas
Como o sopro de um anjo manso e preguiçoso
Que leva e traz o canto da curica sonolenta
No tempo-espaço que se modifica
Faz a gente repensar a vida…
Perguntar o porquê de tanta pressa,
Pra quê a urgência da chegada,
Se o sol nasce e renasce pela estrada
E ‘ às seis’ pode se um dia qualquer…
Se a pressa do encontro
Não acelera o curso da maré (Que a gente é)
Que a gente é
Como esse rio
Como esse vento
E esse dia, que bonito e lento
Cumpre sua missão…
Jaci Rocha