Eu já fui borboleta
… eu já fui borboleta…
e de flor em flor
distribui minha delicadeza…
com as asas em movimento
ajudei o vento
…a eternizar a existência…
eu já adorei a essência
e mesmo sem o raciocínio humano
considerado uma dádiva a quem
nesta vida se acha superior
eu
conheci o amor
no mais puro e particular significado
e,
liberta do ser racional
não apreciei a filosofia do homem usual…
que necessita de muitas palavras
para entender o que eu já vivi desde o casulo
pois,
quando teci meu leito
despedi-me em vida
daquela lagarta querida
que também habitou em mim
e bem no meio da transformação
conheci de perto a solidão
e nunca me fez falta pensar
pois me componho da própria vida
desde a lagarta
até o último voo
eu entendi que o choro
é um instante da alma chovendo
e ainda depois de me desfazer para esta existência
saiba que minha essência
deixei espalhada no infinito…
Mary Rocha
*Além de poeta, Mary Rocha é competente advogada e querida amiga deste editor.
2 Comentários para "Poema de agora: Eu já fui borboleta – Mary Rocha"
Belo!
Um ruflar harmônico das asas das borboletas, no meio de lindos versos.
Lindo…