Poema de agora: Kankro… – Luiz Jorge Ferreira

Kankro…

Para as lavadeiras que levam água e sabão as entranhas da sujeira…
Um acorde Diminuto Menor.
Os Duendes Gentis Homens, fotografados em argila por mãos feridas de Cinzel.
Irmãos de Blancs e primos de Joãos.
Sobre a mesa andarilha, uma bilha, goiabada cascão, e dois p’ra cá, dois andando p’ra lá, e o eterno coçando os olhos, de olho no passado.
Dois Aldir e um Blanc…
E o passado com os braços cortados de folhagem de cana de açúcar.
Imita Chaplin, imita um Prussiano gago, arremeda um motoqueiro sem destino, chupando pirulito de morango.
Não há ranço, não há rango, mas temos mosquitos dando rasantes.
A fome é órfã.
A vida é viúva.


A saída é a saúva bebendo Vinho…deitada no trilho da Central.
Haja Adoniram…Haja manhãs de Carnaval.
Haja haver Melaço.
Nervos de aço, Lupicínio na Tv.

Para a enfermidade da Primavera.
O mar de Caymmi.
O Batuque de Ivone.
Odara de Lara.
Aragão de Arlindo.
Um tom de Tom.
Barroso Nogueira.
Fá com Sétima Maior.
Sul de Norte em Capanema.
Panema…Avelã/Avulu.
Doce de Caju Cajuína Iracema Maparapema Ipanema em Afuá.
Daqui taquei tucunaré tamuatá piquiá abiú Abril.
Pauapixuna Umuarama
Pitiú Arribamento de arribação.
Vale de João dos vales.


Reis de Alfredo Maranhão…
Terra de Aldir…
Onde fica…o ficará.
Azerbajão.Azerbaião.
Terceira mesa encostada no banheiro dos homens…
Ao voltar…
Lave as mãos.

Luiz Jorge Ferreira

*Do livro “Defronte da Boca da Noite ficam os dias de Ontem”.

  • (…) Os Duendes Gentis Homens, fotografados em argila por mãos feridas de Cinzel.

    Genial!!!! Sou fã!!!!!

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