Poema de agora: Quando chove – @ManoelFabricio1

Quando chove

Quando chove surgem as goteiras
Quando chove deixamos de ter poeira
Quando chove passamos a ter lama
Quando chove a roupa fica com saudade do sol
Quando chove o rio enche tanto, que o peixe pula de trampolim do anzol
Quando chove a vida inunda
Quando chove o carro passa na poça e te molha
Quando chove a gente fica esperando
Quando chove parece o pranto
Quando chove um tanto


Quando chove memórias transbordam
Quando chove molha-se o rosto com frequência
Quando chove a cabeça refresca
Quando chove o pulmão reclama
Quando chove o trovão grita
Quando chove quase ninguém se agita
Quando chove a luz vai embora
Quando chove parece que o tempo demora
Quando chove o pensamento aflora
Quando chove da cupim pra caramba
Quando chove tem um monte de gente que reclama
Quando chove tem um monte de gente que agradece
Quando chove tu olha pro Céu e sorri ou não
Quando chove a casa da mãe da minha amiga alaga
Quando chove aparece um monte de barata d’água


Quando chove vem sempre um enxurrada
Quando chove o açaí fica escasso
Quando chove as sombrinhas desfilam
Quando chove as obras param
Quando chove …
Quando chove eu escrevo

Manoel Fabrício

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