Sobre o corpo
Descobri meu corpo num dia de chuva,
a pele colada aos ossos pela água,
a carne grudada à água pelas pragas,
os pelos encravados aos poros pelas turras,
arranhado pelo tempo, maltratado pelo vento
riscado e cuspido o hábito,
corpo oco, um dia denúncia vazia, parto.
Alma vagabunda.
Luiz Jorge Ferreira
*Poema do livro: Beco das Araras (1990).
2 Comentários para "Poema de agora: Sobre o corpo – Luiz Jorge Ferreira"
Um momento poético, mas melancólico dessa almágua sofrida.
Esses momentos, são beliscões.