Projeto mapeia 12 locais com pororocas na costa do AP e quer criar roteiro para surf na Amazônia

Por Rafael Aleixo

Surfistas no Extremo Norte do país poderão contar com um guia de locais onde ocorrem as pororocas, fenômeno natural que acontece a partir do encontro das águas de rios da Amazônia com o Oceano Atlântico. O projeto Parque das Pororocas pretende ainda capacitar comunidades locais para que possam conduzir as atividades turísticas.

A Associação de Guarda-Parques do Estado do Amapá é a responsável pela iniciativa e já realizou diversas visitas e levantamentos em regiões com ocorrências.

Franco Montoril, um dos coordenadores do projeto, descreveu como surgiu a ideia de resgatar um dos símbolos dessa região na Amazônia.

“O projeto surgiu a partir da vontade do “Jim” para resgatar a história da pororoca, que para muitos tinha acabado. Ele descobriu várias pororocas ao longo dos cerca de 700 quilômetros de costa do estado. E ele compartilhou isso com um grupo de profissionais de turismo e instituições”, disse Montoril.

Desde então várias expedições foram realizadas. O último levantamento ocorreu no Arquipélago do Bailique, onde o grupo pretende tornar referência como educação ambiental e empreendedora a partir do turismo criativo.

A equipe conta agora com 12 membros entre surfistas, guias de turismo e turismólogos. O coordenador informou ainda que a equipe usou recursos próprios para a realização das expedições, mas que busca parcerias para que o projeto tenha um alcance maior na região.

“É um projeto que tem o viés da pororoca, e também o turismo social ou de base comunitária, que é onde a gente desenvolve uma cadeia de produção. Seria o envolvimento das comunidades locais para acolhimento dos turistas tanto na hospedagem, quanto na alimentação. E tudo isso movimentando a economia”, acrescentou Montoril.

A pororoca

A pororoca é uma corrente oceânica que entra em embate com a corrente amazônica e no momento que essa pressão o ocorre, conjuntamente com as luas novas e cheias, a corrente avança uma sob a outra.

O encontro de águas, do rio Araguari com o Oceano Atlântico, foi afetado e, desde 2013, a pororoca não mais acontece. Segundo o ICMBio, a atividade pecuária, principalmente a criação de búfalos, criou valas e canais que drenaram o curso d’água.

O grupo já identificou pororocas desde o Bailique até o município de Oiapoque: na Vila Cassiporé e na Terra Indígena Uaçá.

Fonte: G1 Amapá.

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