Bebida símbolo do marabaixo, gengibirra vira patrimônio cultural imaterial do Amapá

Copos com gengibirra durante festa de marabaixo no Amapá — Foto: Gabriel Penha/Arquivo G1

Feita para ser o “combustível” dos festeiros nas rodas de batuque e marabaixo, onde é servida gratuitamente, a bebida conhecida como gengibirra foi reconhecida em lei, na quinta-feira (5), como patrimônio cultural imaterial do Amapá.

A bebida feita à base de gengibre, açúcar e cachaça, tem íntima relação com a cultura negra, através do marabaixo, que foi declarada patrimônio imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Dançarinas tradicionais durante apresentação de marabaixo — Foto: John Pacheco/G1

Laura Ramos, integrante do grupo Raimundo Ladislau, explica que no início a gengibirra era usada pelos puxadores de ladrões (como é chamada as canções de marabaixo) para manter a voz durante horas de festejo.

“Antigamente, quem fazia o marabaixo não tinha sonorização, com caixas e microfone. A gengibirra era o unguento para a garganta. Os festeiros faziam, deixavam fermentar e adoçavam com mel de abelha. E, assim, a voz dos antigos aguentava o ritmo dos festejos”, explicou Laura.

A lei foi sancionada pelo governador Waldez Góes e fez parte da programação do Mês da Consciência Negra, em Macapá. A autoria da matéria foi da deputada estadual Cristina Almeida (PSB).

Gengibirra sendo servida durante programações — Foto: Gabriel Penha/GEA

Na quarta-feira (4) foi discutida a realização do 1º Festival de Gengibirra no estado. Ainda sem data definida, o evento busca reunir produtores da bebida com os setores políticos e empresariais, dos segmentos da gastronomia, artesanato e cultura.

Fonte: G1 Amapá

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