Por Elton Tavares
As seis Copas da minha vida: 86,90,94,98,2002 e 2006.
Eu amo futebol, principalmente essa época, tempos de Copa do Mundo. A euforia toma conta da população, gente que nem gosta de futebol adora os mundiais de futebol. Pensando no que escrever sobre o assunto, resolvi falar das copas de minha vida. Ao todo, foram 8 mundiais, de 1978 á 2010 (já que nasci em 1976), mas falarei somente da Copa de 1986 para cá, pois minhas lembranças só alcançam até meados de 1983.
Apesar de achar o Dunga um FDP, acredito no time dele. A Seleção Brasileira estréia no campeonato amanhã (15), contra a Coréia do Norte, a partida é válida pela Copa do Mundo 2010, realizada na África do Sul. O texto é extenso, mas agradará aqueles que gostam de futebol. Leiam sobre as copas da minha vida:
México 1986
Na época da Copa de 86, realizada no México, eu tinha 10 anos e já gostava de futebol. Aquela foi a competição do Maradona, o ídolo argentino ganhou o torneio sozinho, o time era Maradona e mais 10, simples assim. Lembro quando perdemos para a seleção francesa, liderada pelo craque Michel Platini. O meu ídolo Zico (e de toda a molecada da época) perdeu um pênalti naquele jogo.
Penalidade essa comemorada exageradamente. Vou explicar, eu e minha família estávamos na casa dos meus avós paternos e meu tio, Itacimar Simões (que hoje mora no céu) ficou uma bandeira do Brasil bem em cima de um cano de água da casa. Resultado, perdemos a Copa e ele e meu pai (que também já se foi) tivera que ir atrás de um encanador.
Uma cena que me marcou foi o choro do jornalista da Rede Globo, Fernando Vanucci, ao final da partida em que o Brasil foi eliminado nos pênaltis; Vanucci declamou uma mensagem de um torcedor brasileiro à seleção, narrando a tal poesia, não conseguiu conter as lágrimas.
Itália 1990
A Copa de 1990, na Itália, foi a Copa em que ganhei grana apostando na Argentina. Calma, vou explicar. Eu ganhei o bolão na casa do meu tio. Cheguei perto do início do jogo, todos os palpites possíveis a favor do Brasil já tinham sido dados, eu disse: ” Coloca 1×0 para a Argentina”, secante e profético.
Com um passe de Maradona, Caniggia fez o gol que nos tirou daquele torneio. Nesta mesma partida, o lateral Branco saiu dizendo que havia pedido água ao massagista da equipe adversária e, depois de beber, tinha ficado zonzo. Estranhou que a água dada a ele não fosse do mesmo frasco entregue a Maradona. Ficou preocupado e comunicou ao bandeirinha. Depois, na volta para a concentração, dormiu no ônibus e continuou sonolento no dia seguinte. A história, que parecia uma desculpa pelo fracasso da Seleção em campo, acabou sendo comprovada pela imprensa argentina.
USA 1994
A copa do Romário, o baixinho arrebentou demais, Bebeto inventou a comemoração do embalo do bêbê e Tafarell, goleiro frio, de poucas palavras e poucos sorrisos, fechou o gol. Aquela foi a melhor Copa da minha vida, eu tinha 18 anos, foi tudo muito lindo. Assisti aos jogos na companhia de meu primo Gleuber e meu saudoso tio Ita (aquele do cano de 86).
Meu saudoso pai, Zé Penha, disse que o título foi sem graça, uma seleção retranqueira e tals. Concordo, mas o Romário deu show e me fez tomar incalculáveis litros de cerveja. Aquela foi a Copa.
França 1998
A Copa de 98, realizada na França, foi literalmente dos franceses. Aquele mundial era uma tragédia anunciada, já que o Romário foi cortado por conta de uma contusão. Mas o Baixinho deu a palavra de que estaria recuperado ao fim da primeira fase e eu botava fé nele, mas a comissão técnica não.
Chegamos a final contra os donos da casa, a partida marcou os torcedores. Um tal de Zidane, então desconhecido da maioria dos brasileiros, passou por cima da nossa seleção. Muitos discutem a possibilidade do Brasil ter “vendido” a final desta Copa. Poucos sabem o que realmente aconteceu na madrugada anterior ao jogo desta final, que resultou em um “bug ug” no Ronaldo Fenômeno, ainda um mistério para todos nós.
Japão e Coréia do Sul 2002
A copa de 2002 foi realizada em dois países, no Japão e Coréia do Sul. O zagueiro Roque Júnior calou a minha boca, eu critiquei muito o negão, mas ele defendeu com louvor. Com França e Argentina eliminadas na primeira fase e Itália fora (roubada contra a Coréia do Sul), pegamos a Alemanha na final, aí o Ronaldo lá na frente e o Marcos lá trás, arrebentaram.
Todo mundo chegou voando na copa de 2002. Até hoje, não sei se o Ronaldinho Gaúcho queria cruzar ou marcar aquele gol contra a Inglaterra, mas foi paidégua.
Uma particularidade daquela Copa foi o horário dos jogos, tivemos que beber de manhã e, ás vezes, amanhecer bebendo para ver os jogos.
Alemanha 2006
Não tenho muito o que falar sobre 2006. Apesar de um time de estrelas, a Copa foi palha para nós, quase não passamos por Gana e perdemos para a França, de novo, em um jogo que o Henry comeu a bola. A Itália venceu da França, com um futebol retranqueiro, o tal moderno, que fecha atrás e sai no contra ataque (modelo adotado pelo Dunga para 2010).
Tomara que a Copa de 2010 seja nossa, vamos Brasil!