Embrapa e Inpe capacitam técnicos no Amapá em classificação de imagens por radar

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), referência mundial em estudos com imagens obtidas por satélites, foram os instrutores do “Curso de Classificação de Imagens SAR (Radar de Abertura Sintética) para o mapeamento de espécies florestais”, realizado em Macapá de 6 a 11 deste mês, no Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Promovido pela Embrapa Amapá, através do Projeto Bem Diverso, e pelo Departamento de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Unifap, o curso foi realizado com o objetivo de capacitar em técnicas de tratamento, classificação e segmentação das imagens SAR X/P, adquiridas através do projeto Base Cartográfica Digital Contínua do Amapá.

A capacitação reuniu pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação, técnicos de órgãos estadual e federal que trabalham com mapeamento de recursos florestais no Amapá e do Estuário Amazônico: Embrapa, Unifap, Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Instituto Brasileiro de Geografia de Estatísticas (IBGE), Faculdade Immes, Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Iepa) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Também houve participação da Adag, organização não-governamental da Guiana Francesa. O conteúdo constou de conceitos teóricos e atividades práticas utilizando diferentes métodos de classificação de imagens radar, aplicação e teste de metodologia para classificação e segmentação de imagens radar X/P, para mapeamento de espécies florestais.

O curso trouxe a Macapá o pesquisador do Inpe, Sidnei João Siqueira Sant’anna, engenheiro eletrônico com doutorado em engenharia de telecomunicações e computação. Ele destacou os princípios classificatórios de imagens captadas por sensores óticos e por radares, ressaltando que uma das limitações dos registros óticos é a impossibilidade de enxergar através de nuvens, brumas e sombras de nuvens. “Com a imagem de radar, dada a frequência que se trabalha, não temos esse problema. O radar consegue enxergar através das nuvens. Só que é preciso conhecimento para interpretar a informação obtida, analisar e compreender os dados”, acrescentou o instrutor. Quanto à classificação de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética) para mapear espécies florestais, Sidnei Sant’anna ressaltou que o sensoriamento remoto com dados de radar aprimora o mapeamento, sobretudo por tratar-se de uma área intensa de cobertura de nuvens. “Se usar somente dados ópticos haverá falhas e fica comprometido um mapeamento adequado. Com dados de radar não há esse problema e teremos um mapeamento contínuo”. A coordenadora do curso, pesquisadora Ana Euler, falou da importância do uso de imagens de radar para aperfeiçoar a estimativa de estoques dos principais produtos da sociobiodiversidade regional. “Temos a Base Cartográfica do Estado do Amapá, que representa uma grande base de informações. A proposta é utilizá-la para responder perguntas básicas, por exemplo onde estão localizados os recursos da sociobiodiversidade, quantidade e potencial de exploração sustentável. As respostas devem subsidiar políticas públicas e privadas o desenvolvimento local, como a Zona Franca Verde”. Neste contexto, a proposta do curso é testar se a classificação de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética) para o mapeamento de espécies florestais pode, por exemplo, estimar o estoque de maciços de açaizais no Amapá e Estuário Amazônico e assim dar maior embasamento para políticas e iniciativas de incentivo à cadeia produtiva deste produto. “É importante conhecer e explorar bem, para termos no futuro um zoneamento tal qual já temos para o dendê e a soja, por exemplo”, explicou Euler.

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
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Telefone: + 55 (96) 3203-0287 / 3203-0200

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