Começou no sábado, 12, a Expo Favela Innovation 2023, que busca atrair investidores interessados em financiar projetos de inovação idealizados por mais de 70 empreendedores de periferias amapaenses. O evento é uma realização do grupo Favela Holding com a Central Única das Favelas (Cufa) e tem o apoio do Governo do Amapá, que investe R$ 150 mil na feira.
A Expo Favela roda todo o Brasil, levando oportunidade e visibilidade para o povo preto, reunindo favela e asfalto num só lugar e exaltando a criatividade de quem vive longe dos centros urbanos. A programação segue até domingo, 13, no Amapá Garden Shopping.
Presente na abertura do evento, que, pela primeira vez acontece no Amapá, o governador, Clécio Luís, anunciou a ordem de serviço para início das obras da nova sede da Cufa no estado. O espaço irá fortalecer as ações voltadas para o desenvolvimento das áreas periféricas, beneficiando as pessoas que vivem nesses locais.
“Estamos aqui para dar suporte, força e apoio para essas iniciativas criativas puras que existem e fazem parte da sobrevivência e existência de gente das nossas periferias, pontes, das áreas quilombolas e indígenas”, afirmou Clécio Luís.
A abertura oficial foi marcada pela diversidade cultural amapaense, com apresentações de marabaixo. Na ocasião, a presidente nacional da Cufa, Kalyne Lima, enfatiza que a Expo Favela é o retrato do Brasil pelo olhar da periferia em cada estado, cada um com sua cultura e realidade.
“A primeira coisa que me chama atenção aqui é o envolvimento da gestão pública com essas potências que a gente encontra. Então, estar junto das pessoas, ouvindo, é uma característica para ter uma gestão compartilhada. Eu estou aqui desejando que o restante do Brasil compartilhe dessa ideia. O Amapá está dando uma aula para todos nós”, afirmou Kalyne.
A coordenadora do evento, Alzira Nogueira, ressaltou que o apoio do Governo do Estado é essencial para que o movimento se torne cada vez mais forte.
“Nós estamos apenas no início da nossa caminhada, no sentido de que nós vamos usar esse lugar que nós estamos hoje para promover transformações nas periferias do Amapá”, destacou Alzira.
Cultura e arte da periferia
Além de exposições, a programação envolve palestras, workshops, rodadas de negócios, apresentação de startups, mentorias, shows, debates e cursos.
Para a empreendedora Marciele Araújo, do bairro do Zerão, Zona Sul de Macapá, a Expo Favela é uma vitrine que possibilita expor os brinquedos educativos artesanais que ela começou a produzir durante a pandemia. A produção cresceu e, hoje, ela é dona da loja Tia Marciele.
“No início foi difícil, fiquei desempregada e não sabia onde buscaria uma fonte de renda. Mas aí comecei a confeccionar os meus brinquedos. Deu certo e agora estou expondo aqui na Expo Favela que é um grande evento. Estou muito feliz, pela vitrine que a feira representa”, disse Marciele.
A programação segue no domingo a partir das 14h, com debates, feira literária, exposições e show do MV Bill a partir das 17h.
Texto: Worchiely Costa
Foto: Márcia do Carmo/GEA
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