‘Incluí no cenário duas caixas de Marabaixo’, diz Mestre Ivamar que interpreta Popô em Amor Perfeito

Por Rafael Aleixo

Ivamar dos Santos, o Mestre Ivamar, tem 65 anos e está no elenco da novela ‘Amor Perfeito’, que estreou na última segunda-feira (20) na Globo. O ator, que mora há 20 em Macapá, conversou com o g1 e falou sobre a trajetória, luta pelo movimento negro e sobre o novo papel na tevê.

O ator conheceu o Amapá em 2022 e desde então nunca mais saiu até receber o convite para entrar para o elenco de ‘Amor Perfeito’, onde interpreta o personagem Popô.

“Me sinto lisonjeado porque me encontraram no estado do Amapá. Sou nascido em São Paulo mas escolhi morar em Macapá e graças a este povo acolhedor vivo a 20 anos e me considero um cidadão amapaense. Para interpretar o Popó foram entrevistados vários mestres no Brasil, e escolheram a mim, me sinto honrado”, descreveu o ator.

Das terras amapaenses o ator contou que levou objetos que representam a cultura local para o cenário da novela.

“Inclui no cenário de minha casa na novela duas caixas de Marabaixo, uma confeccionada pelo mestre artesão Dô Sacaca, e outra confeccionada pelo mestre Pedro Bolão. Penso que é hora de ressignificar o lugar das masculinidades e negras no imaginário das pessoas, e eu pretendo fazer isso com tecnologias e sabedorias ancestrais”, disse.

Sobre o personagem, o ator destacou que representa uma parcela muito específica da população e que muitos espectadores que nunca se viram representadores terão essa oportunidade a partir do papel de Popó.

“Minha imagem representa os homens negros com aparência igual a minha, que tem pele retinta, cabelo grisalho, que nunca se viram numa representados numa TV nacional de forma qualitativa. O Popó é um personagem que é um mestre, ele é um romântico, ele é uma figura que cuida das filhas, das netas e comunidade. E isso significa tudo que nós homens negros, quilombolas e periféricos de todo esse Brasil somos, mas nunca mostraram essa perspectiva sobre nós”, contou.

Amor Perfeito

A trama se passa nas décadas de 1930 e 1940 em Águas de São Jacinto, uma fictícia cidade do interior de Minas Gerais, e é livremente inspirada na obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva, publicada pela primeira vez no começo dos anos 50.

A novela foi escrita por Duca Rachid e Júlio Fischer, com direção artística de André Câmara, a obra é escrita com Elísio Lopes Jr, com a colaboração de Dora Castellar, Duba Elia e Mariani Ferreira. A direção é de Alexandre Macedo, Lúcio Tavares, Joana Antonaccio e Larissa Fernandes. A produção é de Isabel Ribeiro e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.

Fonte: G1 Amapá.

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