Moedas e Curiosidades: “O Incêndio de Roma”– Por @SMITHJUDOTEAM

Por José Ricardo Smith

Mais duas belas aquisições para a minha coleção (caramba, já estou ficando sem espaço, para guardar as moedas!), desta vez são moedas do império romano feitas de bronze, um As e um Dupôndio, que trazem a imagem de Nero, o polêmico quinto imperador romano.

Nero foi um imperador romano do ano de 54 a 68 da era cristã. Até hoje é uma das figuras históricas mais polêmicas de todos os tempos. O seu nome verdadeiro era Lucio Domicio Ahenobarbo, que mais tarde passou a se chamar Nerone Cláudio Cesare Augusto Germânico, ou Nero.

Nero tornou-se imperador romano em 13 de outubro de 54, numa época de grande esplendor do Império Romano. Nos cinco primeiros anos de seu governo, Nero mostrou-se um bom administrador. Usou de violência e as armas para combater e eliminar as revoltas que aconteceram em algumas províncias do império.

Suas decisões políticas, militares e econômicas, eram fortemente influenciadas por algumas figuras próximas. Entre elas, podemos citar sua mãe, Agripina, e seu tutor, Lucio Sêneca.

O que mais marcou a história de Nero foi o caso do incêndio que destruiu parte da cidade de Roma no ano de 64. Porém, de acordo com alguns historiadores, não é certa a responsabilidade de Nero pelo incidente. O imperador estava em Anzio no momento do incêndio e retornou à Roma ao saber do ocorrido. Os que apontam Nero como culpado baseiam-se nos relatos de Tácito. Este afirma que havia rumores de que Nero ficou cantando e tocando lira enquanto a cidade queimava.

O fato é que Nero culpou e ordenou a perseguição aos cristãos, acusados por ele de serem os responsáveis pelo incêndio. Muitos foram capturados e jogados para serem devorados pelas feras.

Além deste episódio, outros colaboraram para a fama de imperador violento e desequilibrado. No ano 55, Nero matou o filho do ex-imperador Cláudio. Em 59, ordenou o assassinato de sua mãe Agripina.

Os problemas mentais pareciam muito comuns entre os imperadores romanos (Calígula, Heliogábalo, Nero…). Os historiadores são muito intrigados com isso. Mas pesquisas recentes apontaram uma provável causa: o chumbo. Esse elemento teria afetado a saúde não apenas do imperador, mas de muitos ricos e poderosos. Eles bebiam água em utensílios e jarras de chumbo. A quantidade de chumbo presente na água encanada romana, continha 100 vezes mais esse elemento do que a água das nascentes.

Os dias de mando e desmando de Nero encontraram termo final em 9 de junho de 68, após o Senado o declarar inimigo público. Nero, que havia fugido de Roma, acabou por cometer suicídio ao perceber a aproximação de um destacamento romano, ocasião em que teria berrado ao mundo: “Que artista estás perdendo! ”

* José Ricardo Smith é professor e numismático.

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