Entre um poema e outro
Entre um poema e outro
Corro para o trabalho, médicos e padaria
Vou ao mercado, à feira e à CEA
Leio as páginas da economia
Nesse ano de meu Deus de dois mil e mais dezoito
Há muito a aprender
Para o tempo vindouro
Reparar as perdas e guardar tesouros…
Tem gente morrendo de fome neste meu país
E há quem jure inocência
Muito preconceito e pré-julgamento
Pouca empatia e clemência
Aqui, todo mundo é rei
E juiz de um tribunal de exceção
A gente tenta não fazer, mas peca junto
Todos com sua própria (auto) justificação.
Então, entre um poema e outro
Tento não esquecer que sou poeta!
E que nisso, há mais que mera digressão.
Há carne que pulsa, vida que assombra
E, sobretudo, um coração.
Jaci Rocha