Monólogo de ontem
Nessa mesa de bar
apreciando fulanos que passam
com suas sacolinhas de compras
e arrogantes sorrisos amarelados
(que dobram de rua
ao me ver ali – na mesma disposição – desde ontem).
Ah, pobre de mim!
Mero observador do cotidiano
que passa horas esperando
a passagem de um trem imaginário.
E que meu brother Daniel Pedro
me entenda – é que eu não conseguir
largar a latinha da mão.
Dia de tez escura
e burburinhos nos mercados
(de pessoas amanhecidas de silêncio
e repletas de horas que não correm nunca).
Ah, esqueço sempre
de olhar o relógio!
(e assim as verdades decorrem e partem
– desobedientes – abduzidas
por mãos afoitas da solidão).
Marven Junius Franklin
1 Comentário para "Poema de agora: Monólogo de ontem – Marven Junius Franklin"
Magnifico!