PASSO CEGO
Estavas tu cismando na janela,
Em um momento em que o tempo congela,
E tudo silencia acomodado
Dentro dos olhos teus de olhar nublado.
Eu, que passava desapercebido,
Travei meu passo manco e combalido.
Senti que as pernas eram pedras frias
Desfiguradas pela ação dos dias.
Demos as mãos num caminhar confuso,
Eu confiando em teu olhar difuso,
Tu confiando no meu passo errante.
Perdemo-nos num pântano distante…
Agora, nossas marcas são eternas:
Ceguei-te os olhos, me quebraste as pernas.
Ori Fonseca
1 Comentário para "Poema de agora: PASSO CEGO – Ori Fonseca"
Essencial!
Ao redor…Aplausos de pé.