SOPRO
pela estrada deserta
o céu ameaça desabar
meu coração cálido
se comove
com a brevidade da vida
de uma borboleta
a morte azul e preta
se desenha dura e seca
sobre o asfalto quente
uma saudade
escorre
pelo meio-fio
len
ta
men
te…
os carros
correm
indiferentes
meu coração
amiudado e triste
implora aos deuses
apenas um sopro
de eternidade
para tudo o que for
belo e ausente
Patrícia Andrade